21 de outubro de 2011

Crítica: Pitanga (Mallu Magalhães)

Finalmente Mallu Magalhães liberta-se dos sentimentos reprimidos em inglês para soltar a voz e os desejos num álbum cheio de personalidade em bom e sutil português.



Produzido pelo namorado e fonte de inspiração Marcelo Camelo, o novo álbum de Mallu, intitulado “Pitanga” – “porque tinha um pé de pitanga perto do estúdio”, parece um casamento com o álbum “Toque Dela”, de Camelo, lançado no começo desse ano. O que é um excelente negócio para apreciadores de boa música.

São doze faixas, que se misturam entre bossa nova ("Ô, Ana"), folk ("In the morning") e samba ("Sambinha bom"). O eclético disco agrada pela sutileza e simplicidade das letras. Mallu parece se despir musicalmente, cantando tranquilamente que deseja “tirar sua roupa” na canção "Olha só, moreno". Antes, os seus sentimentos eram falados em inglês. Aliás, se a língua estrangeira era predomínio nos primeiros dois discos, os velhos fãs só poderão acompanhar quatro músicas, cantadas parcialmente entre português e inglês.

O que incomoda, em certas faixas, é o excesso de instrumentos – comum nos discos solo de Camelo. Num determinado momento, chega a atrapalhar, como se fosse um barulho externo do disco. E a duração de algumas músicas é curta. Quando você começa a embalar, acaba.

É. Parece que a inspiração de Camelo serviu para Mallu.

Avaliação: Ótimo

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