23 de abril de 2012

Crítica: Sancho Bar y Tapas

O bar espanhol que virou sensação na rua Augusta atende os clientes num ambiente descolado no pré-balada com diversas opções (baratas) de tapas. Mas peca – e muito – no atendimento demorado e na falta de tapas no balcão.



Conseguir um lugar no apertado galpão é o primeiro desafio do bar! Já chamar a atenção do garçom para anotar sua bebida, nem se fale! Agora, encontrar uma opção de tapas que constam no cardápio e que estejam disponíveis no balcão – os clientes é que se servem – é uma missão quase impossível!

E por que, apesar de todas essas dificuldades, o bar virou sensação? A única resposta: porque serve uma comida diferente a preço barato. Só!

Fiz três tentativas de conseguir tapas de filé mignon, que constavam no cardápio. A resposta do garçom era sempre a mesma: dizia que já havia pedido, mas a cozinha não parecia dar conta do recado. Bom, tive que me contentar com os tapas mais tradicionais, com presunto parma, queijos, tomates e outros. Mas que em nada deixaram a desejar, pois estavam uma delícia – e custavam entre R$ 3 e R$ 6.

Já as diversas opções de bebidas variavam entre vinhos, cervejas e soft drinks. Todas a um preço justo, nada anormal para os padrões de São Paulo.

Os sócios do bar precisam melhorar a demanda da cozinha e oferecer todos os produtos de uma forma ágil e eficiente. Caso contrário, podem começar a se despedir do público.

Avaliação: regular

Crítica: American Pie – O Reecontro

Treze anos depois da formatura no Ensino Médio, Jim, Oz, Stifler, Finch e Kevin se reencontram num final de semana em East Great Falls para uma reunião com os velhos amigos de sempre – e com mais confusões, claro!



O terceiro filme da franquia American Pie termina com o casamento de Jim e Michelle. Agora, treze anos depois, eles estão enfrentando uma crise no matrimônio e divididos com a nova tarefa de serem pais!

Stifler é funcionário numa grande empresa e não gosta nada de sua rotina – e seu insuportável chefe. Finch parece que se deu bem na vida ao rodar o mundo todo – mas esconde um segredo que será revelado no final, de forma trágico-cômica. Kevin se separou de Vicky e está casado com uma outra mulher – mas que será despertado nesse reencontro pelo seu primeiro amor. Já Oz vive como apresentador de TV esportivo em Los Angeles e é ex-participante da Dança dos Famosos – bem distante de seu antigo amor, Heather (que aparece com um namorado médico sem noção)

Terminada as contextualizações temporais, o filme engrena e começa de fato as peripécias (também sexuais) que marcaram a trilogia American Pie! A maior graça desse novo filme são as comparações entre as diferentes gerações de 1999 e 2012. O quinteto original se depara com um novo grupo de garotos rebeldes na cidade, que tocam tanto terror quanto eles tocavam há treze anos. Mas o quarto filme também oscila entre a comédia simples e momentos mais dramáticos – que representam a tal maturidade do grupo e os reais problemas de gente grande.

Jim, por exemplo, acaba se enrolando sem querer com sua vizinha, de quem foi babá há treze anos! Uma das cenas mais hilárias ocorre após a festa de 18 anos dessa garota, quando Jim precisa levá-la bêbada (e nua) para casa sem que os pais da menina percebam a confusão. Claro que ele conta com a ajuda de seus fieis amigos e proporcionam rios de gargalhadas com o feito!

A maioria das piadas fica a cargo de Stifler. Numa cena, ele compra uma briga com aqueles garotos rebeldes e quebra de forma hilária o jet ski dos meninos – além de defecar no cooler onde eles guardavam a cerveja! Já as antigas festas que ele promovia em sua casa agora mais parecem um encontro para bingo: pessoas casadas, com filhos, e que pedem uma música calma e relaxante! O Facebook vira piada com Stifler, que tenta pegar as garotinhas de 18 anos dizendo que é fã da saga Crepúsculo! Até o antigo vídeo pornô de Jim com Nadia está no YouTube (em 1999 nem havia sinal do site) e todos os novos jovens da cidade o reconhecem pelo feito!

Uma das novas surpresas fica a cargo do relacionamento de Stifler e a mãe de Finch! A situação se inverte completamente comparada aos longas anteriores, onde Finch se gabava de ter pego a mãe de Stilfer – e de virar herói dos nerds!

O quarto American Pie termina com o quinteto comendo o famoso cachorro quente no centro da cidade, onde eles se reuniam no passado. As músicas dos outros filmes se fazem presente, assim como todo o elenco original. Os fãs não devem esperar um novo reencontro, pois o elenco perdeu aquela energia juvenil de antes – e até mesmo o talento para interpretar. E querer apostar num novo elenco já é sinônimo de fracasso. Vamos ficar com as boas memórias de 1999!

Os garotos adolescentes de antes cresceram. E eu também, infelizmente! Nostalgia pura de um tempo que não volta nunca mais!

Cotação: * * * *

Crítica: Pizzaria Veridiana

Uma das melhorias pizzarias do mundo, segundo a revista Conde Nast Traveler, – e a melhor de São Paulo – faz jus ao título oferecendo redondas recheadas ao ponto numa massa fina que derrete na boca.

Localizada ao lado do Mackenzie, a pizzaria Veridiana atrai um público requintado em busca de qualidade impecável a preços acessíveis. A casa só não faz reservas aos sábados, mas em todos os outros dias da semana é recomendável reservar uma mesa com antecedência, para poder degustar uma saborosa pizza no imponente casarão no coração de Higienópolis – a decoração em si, com um antigo piano, lustres e plantas naturais já vale a visita.

Há diversas opções de entrada, com destaque para as lasquinhas de pizza (R$ 12), que chegam levemente temperadas. A redonda mais gostosa do cardápio é a La Campionissima. Como o nome já diz, ela é a mais pedida da casa, e leva ricota fresca, parmesão e pomidorino círio. Outras opções são da série Dela Nonna, que traz fatias de lingüiça artesanal e mussarela.

As pizzas custam, em média, R$ 50, e os diversos rótulos de vinho começam a partir de R$ 54 – há opções de meia-garrafa (R$ 40, em média) e taças (R$ 20, em média). Se tiver fôlego para a sobremesa, pode apostar no petit gateou com leve gostinho de laranja (R$ 15).

O atendimento na entrada da casa e dos garçons é impecável. Todos estão prontos para servir de maneira rápida e organizada.

Endereços: Rua Dona Veridiana, 661 (Higienópolis) e Rua José Maria Lisboa, 493 (Jardins)

Avaliação: Excelente

Exposição Angelli

Está em cartaz no Itaú Cultural (av. Paulista, 149) uma exposição super divertida sobre o cartunista Angelli. A mostra reúne cerca de 880 composições de sua extensa obra – que viajam entre problemas da metrópole, política, sexo, comportamento e muito mais.



Claro que os personagens históricos, como Rê Bordosa, Piratas do Tietê e Chiclete com Banana estão presentes. Entre as tirinhas, charges e discos, há uma área separada para maiores de 16 anos. Lá estão suas obras mais danadinhas (e levemente pornográficas) que valem toda a visita, pois são hilárias!

Até o material que o cartunista usa para produzir sua obra estão disponíveis para os visitantes verem!

Imperdível (e de graça)!

Todo mundo indo para o buraco



Estação Pinheiros do Metrô. Milhares de pessoas se misturam nas escadas rolantes que levam essas formiguinhas para os mais variados destinos através dos rápidos trens subterrâneos. Ninguém se relaciona. Um silêncio inconsciente toma conta das pessoas – que mais parecem máquinas que trabalham, respiram e vivem – nem que seja da forma mais mecânica e artificial que parecem não conhecer. Para nosso desespero (porque a alegria deles morreu na estação anterior).

18 de abril de 2012

Crítica: Muito Mais

Cansada de ficar na geladeira da televisão, Adriane Galisteu parece que se contentou em esquentar pautas frias num microondas chamado Muito Mais.



O programa estreou na programação de verão da Band como piloto e ganhou fôlego para a atual temporada. Mas peca pela falta de pautas criativas e quentes. Todos os temas são abordados com dias de atraso - ou com personalidades que estavam sumidas da mídia há anos! E quando arrisca em ser pioneiro - no caso da falsa morte de Drica Moraes na semana passada - decepciona ao divulgar uma falsa informação como se fosse verdadeira, citando como fonte o Twitter!

O comando da atração é dividido entre Galisteu, Gominho, Lysandro Kapila e Rita Batista. Até os divertidos comentários de moda com Raphael Mendonça parecem que foram copiados de Ronaldo Esper, mas num formato moderninho. Ou seja, nada salva esse programa fraco nas tardes da TV, que chega a marcar 2 pontos de audiência. Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP.

Se não arriscar a fazer algo novo, pode ir parar na geladeira no próximo inverno!

Crítica: Quem Fica em Pé?

O novo game show comandado por José Luiz Datena na Band mostra o lado divertido e carismático do apresentador, dando provas de que há futuro além do trágico Brasil Urgente.



O formato do programa de perguntas e respostas já deixou de ser novidade há mais de dez anos no Brasil, com os já extintos Show do Milhão (SBT) e com o Roleta Russa (Record) - game comandado por Milton Neves idêntico ao Quem Fica em Pé?, onde os participantes que eram eliminados após errar as respostas caíam num buraco.

O diferencial do programa exibido na Band é o apresentador. Datena mostra talento ao brincar com os participantes que disputam R$ 100 mil e ao tirar sarro do diretor argentino do programa, pedindo a todo momento que toque um tango argentino em sua homenagem. Até o diretor artístico da Band, Diego Guebel (sim, argentino), não escapa das tiradas de Datena! Isso me lembra o apresentador global Fausto Silva quando brinca com sua produção.

E o "time" do programa não perde o fôlego - talvez pela falta de intervalos comerciais. Em tempo: com isso, a audiência fica ligada e rende ao programa 4 pontos no horário (o triplo do que registrava antes da estreia). Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP.

O formato tem futuro na TV, e ninguém discute isso. Vale como opção para as novelas da Globo, Record e SBT. E Datena mostra seu carisma bem longe do Brasil Urgente!

9 de abril de 2012

Como tirar o MTB de jornalista

Desde 2009 não é exigido mais a faculdade de jornalismo para pedir o registro de jornalista no Brasil. Qualquer um que se julgue capacitado para atuar como jornalista, pode ter esse carimbo na carteira de trabalho. Quem irá avaliar sua capacidade, de fato, será a empresa em que irá atuar.

Em São Paulo, o interessado deve procurar o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que fica na rua Martins Fontes, 109 (próximo ao metrô República, no Centro) e levar os seguintes documentos:

- RG (Original e uma cópia)
- CPF (Original e uma cópia)
- Carteira de Trabalho (Original e cópia das páginas com número, série e qualificação civil)
- Comprovante de endereço (Original e cópia)
- PIS (se você não tem aquele Cartão do Cidadão, basta informar o seu número do PIS - ou se não tiver, basta fazer uma Declaração que não possui tal documento)
- Diploma (se for formado em Jornalismo, para constar como Registro de Jornalista Profissional)

Depois, você deverá preencher dois formulários no guichê. O atendente te dará um protocolo, informando quando você deverá voltar ao local para retirar o registro. ELE NÃO FICA PRONTO NA HORA! O tempo de espera, em São Paulo, é de cerca de dois meses.

Boa sorte!

2 de abril de 2012

Crítica: Pânico na Band

A atração comandada por Emilio Surita só mudou de canal. Sem grandes modificações, ao melhor estilo de que não se mexe em time que está ganhando, o Pânico mostrou para quê veio: ser mais do mesmo.



O Pânico começou com um comunicado lido por Surita em que avisava que o programa não estrearia no domingo, por algum problema judicial, e estava adiado por tempo indeterminado. Na sequência, Sabrina lamentava o ocorrido numa bancada. Tudo mentira. Era 1º de abril! O Pânico na Band estava no ar sim - com direito a dois helicópteros e limousine, esbanjando uma verba milionária (diferente do que acontece com os irmãos pobres no CQC)!

Mas o programa perdeu a chance de se renovar e ganhar mais fôlego em casa nova. A única grande novidade ficou por conta do talentoso Márvio Lúcio, o Carioca, que estreou um quadro engraçadíssimo em que parodia o jornalista Boris Casoy, chamado Jornal do Boris. Numa imitação perfeita do âncora da Band, Carioca conseguiu fazer graça ao abandonar em definitivo a paródia de Jô Soares. Já o Ceará só teve o trabalho de pintar a peruca de branco, a nova cor de cabelo de Silvio Santos.

O quadro trash "O Maior Arregão de Todos os Tempos" promete levar adiante as bizarrices grotescas em que os próprios apresentadores do programa passam por provas nojentas e sem o menor cabimento. Bolinha e Bola, que comandam o quadro, já faziam isso há bastante tempo na antiga emissora. Só reesquentaram o formato batido.

Já Daniel Zukerman e Vesgo foram para Cancún cobrir o Spring Break. Menos divertidos e inspirados do que nos anos anteriores, a matéria mostrou mulheres bonitas, bêbadas e com bunda de fora. Ou seja, tudo o que o público já espera do Pânico.

O novo integrante da trupe, o humorista Gui Santana não teve muito espaço na estreia, mas promete emplacar como Otario Mesquita. Tem talento e sangue novo na produção!

A audiência da estreia foi excelente: 11 pontos, empatando com a Record no 2º lugar. Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP.

Dentro da Band, Pânico e CQC já mostraram que seguirão caminhos diferentes. O público agradece essa divisão de humor escrachado e humor com classe.