27 de março de 2012

Crítica: Eu Era Tudo Pra Ela e Ela Me Deixou

Os atores Marcelo Medici e Ricardo Rathsam repetem no palco a parceria de sucesso nos bastidores do teatro (Rathsam é diretor do monólogo Cada Um Com Seus Pobrema, encenado por Medici desde 2004).



Samuel é abandonado por sua mulher Doris, depois de 10 anos casados. Durante toda uma noite ele vaga pela cidade e se depara com nove personagens caricaturados, todos interpretados magistralmente por Medici. Da prostituta gaúcha, passando pelo paulistano drag queen, chegando ao bêbado e marginalizado, Samuel procura conforto e apoio para sobreviver ao pedido de separação repentina.

O cenário é simples, tendo como pano de fundo as casas da cidade. O único problema da peça é a ausência de um enredo mais sólido, que faça com que os personagens dialoguem entre si. Todas as cenas lembram esquetes (divertidas, por sinal), mas que não dão homogeneidade para esse teatro de entretenimento bem encenado.

Durante toda a história, os personagens comentam sobre um estuprador que esquarteja suas vítimas e manda os pedacinhos para diversas partes do mundo. No final, uma grande surpresa faz com que o público reflita sobre quem as pessoas realmente são.

No quesito entretenimento, a peça agrada. Mas levando em conta a arte no teatro, fica a desejar. Medici tinha potencial para não só divertir, mas elevar o nível da peça.

Avaliação: Bom

Serviço

Onde: Teatro FAAP (r. Alagoas, 903)
Quando: sexta (21h30), sábado (21h) e domingo (18h)
Quanto: R$ 50 (sexta), R$ 70 (sábado) e R$ 60 (domingo)

Crítica: Bar 5 Meia

Estrategicamente localizado na rua Armanda Penteado, em frente à FAAP, o novo bar 5 Meia (nome oriundo da numeração da casa: 56) se diferencia das opções na região ao oferecer um ambiente de balada com um cardápio caprichado, incluindo pizzas, calzones, lanches e diversas porções, além de refrescantes drinks, a um preço levemente salgado.



O som alto chama a atenção de quem caminha pela calçada nas imediações da praça Vilaboim. O pequeno espaço lotado por mulheres bonitas e homens arrumadinhos já virou sensação em Higienópolis. Difícil arranjar uma mesa vazia nos horários de maior movimento. Os frequentadores podem desfilar com seus bons drinks pela casa e dançar ao som de um badalado setlist.

Para comer, a dica são os deliciosos calzones. Sequinhos por fora e cheios de recheio por dentro, provar essa delícia é quase uma obrigação! Já o drink que leva o nome da casa (5 Meia), que mistura vodka, guaraná e red bull é a melhor pedida do cardápio.

Para atrair os frequentadores no esquenta para a balada, o 5 Meia aposta ainda no Puxadinho, um anexo ao bar no andar superior com uma pista de dança. No dia da visita, um domingo, o lugar estava às moscas, enquanto no piso térreo a coisa fervia (inclusive com uma performance trash de dois anões em cima do balcão).

O que deixa a desejar é o serviço dos garçons. Num domingo a noite, apenas dois se viravam para atender dezenas de mesas e cerca de 40 pessoas, só no lado externo da casa. O tempo para fazer o pedido chegou a imperdoáveis 20 minutos. Depois, os drinks e a comida só chegaram à mesa depois de muita cobrança. Deve melhorar o atendimento (e o humor) para manter o público fiel. Opções na mesma rua não faltam, com um atendimento muito superior.

Avaliação: Bom

13 de março de 2012

Crítica: 5ª temporada do CQC

O CQC começou ontem sua quinta temporada na Band com a missão de ganhar novo fôlego para não ficar atrás do novo humorístico do canal, o Pânico na TV!.



As mudanças começaram na bancada do programa. Além da cor vermelha predominante no cenário, o repórter Oscar Filho assumiu permanentemente a apresentação do CQC ao lado de Marcelo Tas e Marco Luque. As piadas rápidas do pequeno pônei - até mesmo tirando um sarro com Luque sobre ser puxa-saco de Ronaldo - garantiram um novo ar jovial para o comando da atração. Já Marcelo Tas pareceu incomodado e inseguro na apresentação, chegando a trocar o nome de Oscar Filho por Rafael Cortez durante o programa.

Já Marco Luque conseguiu se livrar um pouco da áurea de puxa-saco que derrubou Rafinha Bastos e voltou a ser o palhaço sem-noção da atração. Até um piada infeliz sobre gato preto - que virou TT no Twitter - arrancou gargalhadas da plateia.

O bom "Proteste Já", com Oscar no comando, segue num ritmo bom e interessante. Já a campanha de doação de sangue com os políticos em Brasília mostrou algo novo na TV.

A estreia de novos quadros, como o "Nemfu", com Felipe Andreoli ou o "Sem Saída", com Mau Meirelles, parecem ser diferenciais para ganhar do Pânico em relação a conteúdo. Aliás, o pessoal do Pânico entrou ao vivo na atração e os dois trocaram farpas ensaiadas. Piada boba, mas que mexerá de verdade com os ânimos dos dois num futuro breve.

O quadro de Felipe Andreoli soa infantil: desafiar celebridades a acertar bolinhas de tênis num balde a uma grande altura. Ridículo desperdiçar o precioso tempo na TV com essa bobagem. Já o "Sem Saída" mostra políticos sendo testados num jogo da verdade, ligados a um aparelho que diz se ele está mentindo ou não.

Mas a pior parte da noite ficou para o final. A estreia do novo integrante da trupe, o "humorista" Ronald Rios decepcionou. Sem demonstrar talento e carisma - além de ser muito feio e desleixado - Rios terá que provar não ser um carioca marrento que não se identifica com o CQC.

Com a estreia do concorrente e do fogo-amigo do Pânico, o CQC deverá mostrar serviço e não ser mais um programa bobo que luta para sobreviver de qualquer jeito, levando ao ar qualquer bobagem para preencher espaço.

11 de março de 2012

Eu e ela, eu com ela, mas nunca eu sem ela

O pronome 'ela' saiu das gramáticas e entrou em minha vida tornado-se um pronome demonstrativo que resume todos os adjetivos para com ela.



Difícil entender? Resumindo: ela é o destino final de quase todos meus sentimentos. Dosado com todos os outros pronomes (eles, elas, nós) que merecem meu carinho e admiração, 'ela' faz-se presente em quase todos os finais de frase (e de noite). Os sentimentos que sinto por 'ela' só se fortalecem há mais de três anos. De uma bonita amizade, brotou a cumplicidade e nasceu o amor. Passando por todas as fases - e crises -, o respeito e a admiração que tenho por 'ela' só aumenta. E cresce o desejo de fazer com que o 'nós' continue prosperando e pautando nossas vidas.

Eu e ela somos felizes juntos. Eu com ela me sinto completo. Mas nunca quero pensar em ficar sem ela. Essa alegria permanente, difícil de explicar, é compartilhada todos os dias, de diferentes maneiras. E assim será, pelo menos enquanto escrever - para não ser clichê.

7 de março de 2012

Crítica: Poder Sem Limites

O filme, dirigido por Josh Trank, foge da realidade e dá poderes sobrenaturais a jovens problemáticos que não sabem lidar com os próprios problemas internos.



Se não tiver nada mais interessante passando nas salas de cinema, pode comprar um grande balde de pipoca e se divertir com essa fita despretensiosa que nada acrescenta para o cinema, mas que acaba entretendo pelo fato de imaginar o que as pessoas poderiam fazer se tivessem poderes sobrenaturais, como voar (!) ou fazer objetos flutuarem no espaço (!).

Três jovens estão numa festa num seleiro e acabam encontrando – e entrando, claro – num misterioso buraco que emite sons e luzes. Sem mais nem menos, aparecem na cena seguinte já com os tais poderes da mente fortalecidos. E daí em diante, o filme gasta preciosos 90 minutos mostrando carros sendo arrastados, ursos de pelúcia flutuando, pessoas voando como aviões, prédios destruídos, etc.

O que pode chamar a atenção é a relação conflituosa de Andrew com o pai alcoolatra e a mãe doente. Mesmo com a ajuda do amigo e primo Matt, Andrew não consegue se encontrar no mundo e passa a usar seus poderes de forma negativa – quase destruindo sozinho (!) a cidade de Seatle!

O cúmulo da bobagem, que de tão ruim acaba sendo interessante imaginar o que poderíamos fazer se tivéssemos esses poderes. E nada mais.

Cotação: *

O funeral do PSDB



O Partido da Social Democracia Brasileira anunciou recentemente que José Serra será pré-candidato ao partido nas prévias para a prefeitura de São Paulo. Bruno Covas e Andrea Matarazzo, que pretendiam disputar o cargo, lançaram mão da candidatura própria e apoiaram Serra. O PSDB não parece estar disposto a pensar diferente e lançar uma nova proposta, como fez o PT ao descartar sumariamente Marta Suplicy e apostar todas as fichas no ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (que se esconde em último lugar em todas as pesquisas de intenções de votos).

Mesmo com as recentes derrotas eleitorais sofridas nas campanhas presidenciais em 2002, 2006 e 2010 (e nas outras que estão por vir), o PSDB se estagnou e não lançou novos candidatos para um eleitorado cansado da dobradinha Serra e Alckmin. No colégio eleitoral paulista, onde reina há décadas, o partido não quis se arriscar, como fez o PT – com insistência de Lula – e terá um velho conhecido dos paulistanos na corrida: José Serra, que já desponta como favorito na corrida eleitoral, com mais de 34% das intenções de voto, segundo o Datafolha do último dia 4 de março.

Infelizmente teremos que, mais uma vez, se contentar com Serra e esperar por uma chance do promissor Bruno Covas – neto do ex-governador Mário Covas – ou de novas opções, como José Aníbal ou Ricardo Tripoli e ideias do extremamente conservador PSDB, que não quer largar o osso tão cedo de São Paulo. E assim, roer até o último pedacinho o que resta de sua (quase finada) história.