11 de fevereiro de 2013

Crítica: Meu namorado é um zumbi

Versão açucarada para o mundo pós-apocalíptico, o filme surfa em ondas mais calmas sobre o tema dos zumbis e agrada pela leveza e auto ironia.


Os mortos-vivos acabam de ganhar mais um capítulo cinematográfico. O filme "Meu namorado é um zumbi", dirigido por Jonathan Levine, aposta em plateias juvenis, mais precisamente nos fãs da série "Crepúsculo, e menos no público viciado na série de TV "The Walking Dead" - que voltou ao ar no último domingo (10) para a segunda parte da terceira temporada na Fox.

Basicamente, a história do filme gira em torno de um zumbi adolescente, chamado "R" (Nicholas Hoult), e a humana Julie (Teresa Palmer). Ele vive dentro de um aeroporto, perambulando junto com seus companheiros de morte. Em sua casa - um avião - coleciona discos de vinil, "pelo som mais vivo" que reproduz em detrimento do iPod, e gosta do cantor Bob Dylan! Mas tudo começa a mudar quando conhece uma garota e começa a sentir-se mais vivo do que morto. E até seu coração volta a bater - causando em efeito em cascata nos seus semelhantes.

A paixão entre um morto e uma humana não soa estranho. Edward e Bella, o casal-chiclete da saga "Crepúsculo", já colocou em xeque o ponto fundamental para a relação entre duas espécies tão distintas. De vampiro a morto-vivo. Só mudam os subtítulos, e a ironia utilizada na narrativa.

Vivendo temporariamente na cidade dos mortos após uma excursão mal-sucedida na busca por remédios, Julie precisa agir como zumbi, e para isto conta com o treinamento de seu pretendente. "Finja ser um morto-vivo, faça grunhidos. Mas não exagere", recomenda "R". Mesmo já estando apaixonada pelo zumbi, a garota volta para a cidade protegida por grandes muros - onde seu pai é o general responsável pela comunidade. Só que Julie não espera ver o amado na porta de sua casa, querendo vê-la e conversar, mostrando estar "mudando" - ou seja, voltando a ser humano graças ao amor despertado pela garota.

O filme é todo narrado em primeira pessoa, através das lembranças e pensamentos de "R". Soa irônico em muitas cenas, mas agrada pela suavidade e até a simplicidade infantil para retratar o mundo pós-apocalíptico. Quem deseja ver mais zumbis do que romance, fuja deste filme, e se ligue na volta de "The Walking Dead" na Fox!

Cotação: * * *

4 de fevereiro de 2013

Crítica: Alto da Harmonia

Localizado num ponto mais tranquilo da Vila Madalena, o restaurante/bar Alto da Harmonia combina um ambiente charmoso com preços camaradas.


Não se deixe intimidar pelo casarão pomposo, que faz parecer a visita um grande rombo no cartão de crédito. Pode entrar tranquilo, curtir a bela vista do terraço e não se preocupar com a conta: os preços são super baixos para o padrão da Vila Madá.

No dia da visita, uma sexta-feira a noite, precisamos esperar cerca de cinco minutos para conseguir uma mesa. A recepcionista, muito agradável, sugeriu que esperássemos no terraço, observando a bela vista! O clima romântico ganhou destaque com as luzes de São Paulo. Existe até uma luneta no local para observar os detalhes dos prédios ao redor. Ponto positivo!

O casarão, instalado na rua Harmonia, 271, tem um aspecto rústico, com tijolos e madeira a vista. As janelas amplas e as luzes dão um tom cool ao espaço.

Já instalados na mesa, pedimos dois sucos naturais (R$ 6, diversos sabores), uma tapioca (R$ 18, de carne seca e queijo - mas no dia da visita a carne estava em falta) e um prato de massa (R$ 29). As bebidas chegaram na mesa geladinhas depois de dez minutos e a comida logo na sequência. A tapioca estava no ponto e bem apresentável. A massa com mussarela de búfala estava caprichada e bem servida.

Há diversas opções de cervejas e drinks. Só faltam os vinhos, ausentes no cardápio.

O que chama a atenção no cardápio é uma parte dedicada para rações animais! Sim, o restaurante oferece comidas para os pets, em porções individuais. No mínimo, diferente!

O restaurante serve como uma boa opção para casais e grupos em busca de tranquilidade na Vila Madalena. Os preços são justos pelo serviço que oferece. No geral, agrada bastante, mas não empolga por completo.

Avaliação: Bom

29 de janeiro de 2013

Crítica: Lincoln

A mais nova obra cult de Steven Spielberg concorre em 12 categorias no Oscar 2013. E os longos 150 minutos do filme explicam os motivos para ser o maior e melhor, assim como Lincoln.


Antes de mais nada, para plateias fora dos EUA, é bom contextualizar o momento escolhido por Spielberg para retratar a figura do décimo-sexto presidente norte-americano, Abraham Lincoln, interpretado com perfeição por Daniel Day-Lewis.

Estamos em 1865, o quarto e último ano da Guerra de Secessão, que opôs o Norte dos EUA, liderados pela União, contra o Sul, comandados pelos Confederados, que eram os Estados separatistas com economia agrária, que dependiam dos escravos negros que seriam libertados caso a 13ª emenda fosse aprovada pelos congressistas.

Nesta guerra civil que deixou centenas de milhares de mortos do mesmo país, Lincoln aparece como a figura que deve, em seu segundo mandato, colocar um basta no massacre. E para tal precisa aprovar uma lei que acaba com a escravidão, e consequentemente com a guerra.

Eis que surge a figura emblemática do presidente norte-americano Abraham Lincoln, com sua voz calma, baixa, com o físico já deteriorado após os quatro anos de guerra e intensa pressão política. A interpretação de Daniel Day-Lewis é magistral, conduzindo o filme e prendendo a atenção do espectador, até aqueles sonolentos de carteirinha. Sua interpretação deve lhe render o Oscar de melhor ator.

Pertencente ao partido Republicano, Lincoln deve conduzir uma intensa negociação com os Democratas para colocar um ponto final na guerra aprovando a 13ª emenda, que prevê a abolição da escravatura. Ele conduz seus aliados nas negociações e se coloca em campo para travar as batalhas para ver seu projeto aprovado na câmara no final de janeiro de 1865, depois de acaloradas discussões e subornos.

Quase 150 anos depois, o atual presidente negro dos EUA Barack Obama precisa travar diariamente as mesmas disputas com o partido Republicano para aprovar as leis dentro da mesma Câmara de Lincoln que beneficiariam todo o país, mas que encontram forte resistência.

O filme de Spielberg tem muito a ensinar como se faz – e continua fazenda – política dentro e fora dos EUA. A figura de Lincoln não se torna, forçadamente, um mito a ser venerado. Mas acaba sendo  transformado num homem de carne e osso, que enfrentou todos os Estados para pregar seus ideais, unir o país e lutar pela paz e igualdade racial.

Cotação: * * * *

Crítica: João e Maria – Caçadores de Bruxas

Esqueça as crianças perdidas no meio da floresta que encontram uma casa feita de doces com uma bruxa malvada dentro tentando fazer as crianças engordarem para comê-las no jantar.


A histórica fábula dos irmãos Grimm ganhou ares épicos de revanche com os vingadores João e Maria, que agora se dedicam a matar – e até mesmo torturar – bruxas em pequenos vilarejos.

O filme, dirigido por Tommy Wirkola, faz até graça com os doces comidos por João (Jeremy Renner) no passado. Quinze anos depois ele se tornou um diabético e precisa de insulina para sobreviver, tudo rigorosamente controlado por um relógio que avisa quando deve se drogar. O mais irônico é que em algumas caçadas ele precisa parar de lutar para tomar a insulina.

A história da fábula, recontado no mesmo estilo sombrio de “Branca de Neve e o Caçador”, se concentra nas investidas dos irmãos contra a reunião das bruxas durante a Lua de Sangue, quando as pilotas de vassouras devem matar doze crianças – uma para casa mês do ano – e devorar o coração de Maria (Gemma Arteton) – que o público vem a descobrir que é a filha de uma poderosa bruxa branca, mais branda e pop.

Em outro momento, após se dar mal em uma caçada, João é levado por uma bruxa boa até um lago, onde uma água milagrosa pode curá-lo. E deixando o lado masculino falar mais alto, acaba tendo uma breve relação com a bruxa. Definitivamente, o remake não é indicado para crianças! Em outros momentos, miolos e vísceras explodem sem a menor cerimônia por parte dos vingativos irmãos.

Na realidade, João e Maria parecem mais apanhar do que bater ao longo dos 88 minutos de filme. Se visto em 3D, a graça aumenta com os efeitos especiais caprichados. Não é nenhum clássico, mas vale o ingresso se a intenção for mera e simplesmente, entreter.

Cotação: * *

23 de janeiro de 2013

3.3


Quanto de sentimento cabe em 3.3? O necessário para projetar números multiplicados pela felicidade de conviver em harmonia ao lado da pessoa amada!

As experiências vividas explicam em que ponto estamos. Um ponto frenético, que nunca chegou perto do estático. Assim vivemos na melhor fase de nossas vidas, pessoal e profissionalmente falando.

A cada nova manhã a segurança interna desperta para a certeza de paz no relacionamento, numa espécie de blindagem necessária para quem deseja amar e ser feliz.

Observo os casais nas ruas e me orgulho de ter construído, junto a ela, claro, um namoro tão maravilhoso e cheio de pontos a acrescentar. Impossível de ser comparado a qualquer experiência amorosa já relatada em vida, escrita em livros, narrada em filmes ou cantada em músicas.

Costuramos juntos uma história cheia de bons momentos, que continuarão a ser vividos para o famoso e sonhado "sempre".

Com ela sonhei estar e viver a nossa vida!

12 de janeiro de 2013

O primeiro do ano


Primeiro post do ano. Estou há cerca de oito horas sentado em frente ao computador, prestando atenção na casa do Big Brother Brasil 13 e encantado com a cidade de São Paulo às 7h20 de um sábado nublado.

De longe vejo durante toda a madrugada o relógio do Conjunto Nacional, o movimento quase parado da Faria Lima, as pessoas pegando o ônibus na Rebouças e meu sono querendo me consumir lentamente. Caminho diversas vezes para a sala do café e me apaixono pela máquina que faz um chocolate quente delicioso para um nada exigente repórter da madrugada.

Desde o começo de 2013 estou na Redação do portal UOL, na área de entretenimento. Falta tempo numa escala maluca, em que trabalho nos mais variados horários. Há dois dias, de madrugada. Mas me sinto feliz com os novos desafios profissionais que um recém-formado deve aceitar com um sorriso no rosto.

Preciso de mais uma xícara de café, se bebesse café.

Ou um chá de ânimo para aproveitar 2013 (durante o dia, de preferência).