28 de maio de 2012

Crítica: Sexo a 3




A segunda estreia da noite na RedeTV!, o show do cirurgião plástico Robert Rey, mostrou tudo e mais um pouco: mulheres seminuas, falta de bom senso e conteúdo para gente estúpida - ou seja, tudo o que de pior havia no Pânico na TV! na mesma faixa.

Rey mostrou ser melhor apresentador que Rafinha Bastos, mais dinâmico e divertido, embora o formato de sua atração seja um misto de pouca vergonha, com baixaria de quinta e falta de conteúdo. Até seu sotaque carregado para um brasileiro crescido nos EUA não atrapalhou o programa, que por si só já é péssimo.

Mulheres em trajes mínimos - quando não sem roupa (foto), só com tinta pelo corpo - apareciam com escritos na pele para os convidados da noite (ex-BBBs em sua maioria) terem que adivinhar um certo "enigma". Ainda no palco, com blusas brancas e jatos d'água, os convidados deixavam as mulheres com os seios a mostra. Em outro quadro gravado, Dr. Rey visitava uma balada paulistana e escrevia nos seios das mulheres bonitas: "Aprovada". Ou distribuia carimbos nos corpos masculinos, acrescentando que "não gostava de salsichas".

O que sobrou do extinto "Dr. Hollywood" foi um quadro sobre cirurgia plástica feito na clínica do Dr. Rey em Beverly Hills, com uma mulher realizando uma colocação de prótese de silicone. Tudo assim, na lata. Nem deu tempo do público mais conservador mudar de canal. E só - ou muitos "seios"!

Pelo menos Rey mostrou ser mais espontâneo e divertido que Rafinha Bastos no SNL. Mas só esqueceram de colocar conteúdo em sua atração.

A RedeTV! mostrou num único dia que vale tudo para chamar a atenção - e cavar a própria cova para sempre.

Crítica: Saturday Night Live Brasil, com Rafinha Bastos



Nada faz sentido nesse novo "humorístico" comandado por Rafinha Bastos nas noites de domingo na RedeTV!. A começar pelo nome, que não é apresentado aos sábados a noite (Saturday Night), nem ao vivo por completo (Live) - 30% dos quadros são gravados.

O elenco fraco, sem talento algum para a TV e totalmente desentrosado, parece fazer piadas infantis como o antigo Casseta & Planeta Urgente! fazia na Globo em meados da década de 2000. Os formatos são parecidos, com um humor que beira o ridículo, de tão simples e cafona ao mesmo tempo. Pelo menos na Globo, percebeu-se que o formato estava gasto e sem audiência - o que culminou com a reformulação do programa. Na RedeTV! ele já estreou gasto e sem nenhum nome para alavancar a audiência.

Rafinha Bastos, o produtor-executivo do programa, apresenta uma espécie de jornal repleto de notícias velhas (como a do caso Thor Batista), entre outras esquetes longas e repetitivas - até o Furo MTV com Dani Calabresa e Bento Ribeiro consegue ser mais atual e divertido. O sucesso que Rafinha detinha no CQC prova que não era de mérito próprio - mas de toda a equipe que o projetava na bancada do bom humorístico da Band. Quem sabe Bastos não faça mais sucesso no YouTube ou no Twitter, com seus 5 milhões de seguidores. Porque na TV ele provou ser o que nunca foi. E nem adianta culpar a imprensa, como ele sempre faz para explicar seus fracassos.

A arrogância de um ex-humorista pode ser o motivo do fracasso da versão brasileira do Saturday Night Live, que definitivamente não terá vida longa na TV aberta.

A audiência deu quase traço - amargando 0,3 ponto, com "pico" de 0,9. A emissora esperava chegar a sete pontos. Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP. Se a audiência não subir na próxima semana, o programa deverá mudar de dia e horário. Ou logo sairá do ar, sem deixar saudade.

25 de maio de 2012

Final de semestre

Todo final de semestre é a mesma coisa: provas, trabalhos, avaliações, média ponderada decrescente, cobranças crescentes e a falta da poesia.



Os prazeres ficam de lado, pois não conseguem conviver com as chateações acadêmicas. Mesmo depois de cinco anos, não me acostumei com junhos e novembros. Meses pesados que exigem o dobro da atenção com o triplo do cansaço. A conta não fecha. Nunca. E as notas, musicais, destoam de todo resto.

Paralelamente ao penúltimo semestre da faculdade, o planejamento das próximas férias de inverno (ou seria de verão?) parece me transportar para uma realidade sonhada distante - mas tão próxima que consigo encaixar meu alívio em formato de âncora com o Velho Continente.

Sim, parece que a poesia sobrevive. Para eu sobreviver.

Crítica: Os Descendentes

George Clooney amarra com precisão essa obra-prima do cinema (uma adaptação do romance homônimo de Kaui Hart Hemmings), ao abordar de forma bem-humorada questões como a morte de uma pessoa querida e a traição amorosa.


O belíssimo cenário do longa, dirigido por Alexander Payne (mesmo diretor de Sideways – Entre Umas e Outras), é o Havaí – o que garante uma fotografia exuberante para este leve drama. Clooney interpreta um pai ausente que precisa lidar com a iminente morte da mulher, que acabou de sofrer um acidente de barco, e se reaproximar das problemáticas filhas de 10 e 17 anos. Em meio a problemas familiares, negocia a venda de uma importante região de mata virgem nas ilhas do Havaí que herdou de sua família.

Nos primeiros minutos do filme acompanhamos a mulher de Clooney navegando num barco. Na sequência, o narrador contextualiza o espectador com os últimos acontecimentos – o acidente e o coma. Bem como faz uma breve análise de sua vida, o que faz e o que pretende realizar nas próximas semanas.

Os problemas familiares se resumem à falta de tempo do pai com as filhas – e com a própria esposa, que acaba traindo o marido com um vendedor imobiliário prestes e comprar as tais terras havaianas e ficar milionário com as negociações. Ao longo da história, as filhas fazem-se entender – ao expor todos os problemas que estão passando na adolescência.

A trilha sonora e os lindos cenários encantam o espectador, que se sente a vontade em meio a todos os dramas paralelos que cortam o enredo. É interessante notar a sutileza de Clooney para conseguir levar a narrativa com tranquilidade, e até mesmo com humor.

Filme obrigatório para quem procura conteúdo aliado a um bom roteiro – vencedor do Oscar 2012 de Melhor Roteiro Adaptado.

No DVD, há um extra com todo o elenco do filme falando sobre a convivência com George Clooney nos sets de filmagem! Imperdível!

Cotação: * * * * *