30 de outubro de 2011

Crítica: Atividade Paranormal 3

Terceiro filme da franquia decepciona ao dar mais respostas do que perguntas num enredo previsível. Seria o começo do fim?



O que era para ser o começo para todas as perguntas dos filmes anteriores, passou a ser a decepção dos fãs da trilogia Atividade Paranormal.

O terceiro filme volta ao final da década de 80 para mostrar a infância assombrada de Katie e Kristi, juntamente com sua avó que se revela uma severa bruxa, Julie (a mãe cética) e Dennis - o padrasto que gosta de filmar tudo, numa espécie de BBB primitivo.

Mais uma vez, um fantasma assombra a casa de família de Katie, onde eventos sobrenaturais assombram a paz do quarteto. "O que ele quer de nós? O que fizemos para ele?" Bom, parte dos mistérios é revelado no final do filme, com a descoberta de um pacto feito entre a avó de Katie e uma entidade maligna na década de 30. Engraçado perceber que esse fantasma não gosta muito de homens: a julgar pelas mortes bizarras de Micah (no primeiro filme) ou Dennis (no atual).

O mais decepcionante é a propaganda enganosa do filme. Várias cenas dos trailers - 4, no total - foram brutalmente assassinadas na versão que chegou ao Brasil: (1) as duas garotas no banheiro brincando de Bloody Mary, (2) as poltronas voando junto com a água no quarto das garotas com Kristi e sua mãe, (3) Kristi despencando da escada numa brincadeira do fantasma e (4) uma cena onde um paranormal é atacado numa mesa de jantar por Tobby - o fantasma nada camarada. Todas as cenas foram deletadas, para desagrado dos lesados fãs.

O filme é tedioso, que estraga o suspense com clichês e a falta de um bom roteiro para segurar o espectador. Espero que a franquia não tenha a mesma queda radical de qualidade de "Jogos Mortais" ou "Premonição". O final de "Atividade Paranormal 3" é tão decepcionante quanto "A Vila".

Avaliação: *

Bastidores da coluna: Parisa Khosravi (CNN)

Minha primeira entrevista internacional. Testei meu inglês depois do intercâmbio no Canadá com a vice-presidente sênior do canal CNN, Parisa Khosravi. Ela foi a primeira vítima do meu iniciante inglês! Mas conseguimos estabelecer uma comunicação agradável, diria assim, durante nossa conversa por telefone SP – Atlanta (EUA).

A pauta era saber quais são os planos do canal CNN no Brasil. Na semana passada, o canal de notícias mais importante do mundo anunciou que abrirá um escritório em São Paulo para fazer a cobertura jornalística no Brasil e em toda a América Latina através de uma correspondente, “mas que poderá ser reforçada” – de acordo com Parisa.

Quando soube que iria entrevistar SÓ a vice-presidente da CNN, pensei que fosse uma pegadinha da minha chefa. Mas que se tornou bem real em três dias! Pouco tempo para fazer as perguntas em português, traduzir juntamente com minha namorada (que é professora de inglês) e fazer a entrevista, que aconteceu no mesmo dia da captura e morte do ex-ditador da Líbia, Muammar Kadafi. Ou seja, estava tudo um caos! Imagina trabalhar em uma das maiores emissoras do mundo e fazer a cobertura de morte de uma figura tão importante e emblemática para a história do Oriente Médio.

Estabeleci conexão com a assessoria de imprensa do CNN no Brasil, que conectou-me a Atlanta e possibilitou a entrevista, que durou vinte minutos. Falamos sobre os planos da CNN no Brasil, se há possibilidade de implementar o canal em língua portuguesa, a economia e política brasileira na visão dos estrangeiros, como será a cobertura na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, a provável disputa no país com a Fox News, etc.

O grande desafio foi a tradução da entrevista, feita juntamente com a super namorada do jornalista. Tentei ser o mais fiel possível! À entrevista. E à namorada também, claro!

O resultado você confere aqui: http://f5.folha.uol.com.br/televisao/998519-cnn-chega-ao-pais-de-olho-nos-eventos-esportivos.shtml

27 de outubro de 2011

Crítica: Se enlouquecer, não se apaixone

Você pensa que sua vida de adolescente está um caos? Experimente passar cinco dias na ala psiquiátrica de um hospital junto com pessoas não tão normais assim.




O filme B dos diretores Ryan Fleck e Anna Boden, com atuação sutilmente divertida de Zach Galifianakis (sim, aquele gordinho barbudo de “Se Beber, Não Case), guarda boas dicas para não enlouquecer num mundo cada vez mais individualista.

Craig (Keir Gilchrist) é um garoto super inteligente que está em crise consigo mesmo. Seus pais parecem não se importar com toda a pressão colocada no garoto para conquistar uma vaga em alguma prestigiada universidade nos EUA – e consequentemente um bom emprego e uma posição social elevada quando for um adulto. O melhor amigo de Craig namora a garota por quem é apaixonado desde a infância e sua sina de “loser” o persegue.

Craig pensa em se suicidar, mas vai parar por livre e espontânea vontade no pronto-socorro de um hospital. Ele pede, sem querer, para interná-lo na psiquiatria. Durante 5 dias ele conhecerá pessoas como Bobby (Zach Galifianakis) e outras pessoas que realmente enfrentam problemas sérios na vida, já bem vivida.

Mas quem ele realmente gosta de conhecer é a encantadora Noelle (Emma Roberts), uma adolescente que passa por problemas semelhantes ao dele – e que já tentou se matar algumas vezes. Eles começam um divertido relacionamento, onde um ajuda o outro a superar seus problemas pessoais e enigmáticos sobre a curta vida.

A participação de Zach na película é mais sutil que em “Se Beber, Não Case”. Ele vive Bobby, um psicopata que luta para conseguir o equilíbrio mental para cuidar de sua filha, que o espera fora do hospital. Bobby e Craig começam uma divertida amizade, com direito a conversas de gente grande e inspiração nas músicas de Bob Dylan. Os outros pacientes do hospital também ajudam Craig a refletir sobre os rumos de sua vida – e o que realmente ele deseja para seu futuro, baseando-se na sua felicidade e excluindo as expectativas dos pais.

O filme, digamos, inspirador, nos faz refletir sobre qual a real dimensão de nossos problemas – e como preferimos encarar a realidade.

O desenrolar da trama guarda respostas que todos gostaríamos de ter na vida. E que manter amigos e se apaixonar pode ser um bom caminho para não enlouquecer.

Avaliação: * * *

23 de outubro de 2011

Bastidores da coluna: João Doria Jr.

Hoje estreio no blog uma coluna semanal onde falarei sobre a entrevista de domingo na coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo. Pretendo revelar os bastidores e outras informações curiosas sobre as entrevistas que realizo semanalmente para o jornal.

Para começar, fiz na última terça-feira (18), uma entrevista com o empresário João Doria Jr.. Ele estreará na Record a oitava edição de “O Aprendiz” em novembro. A pauta era analisar o que há de diferente nesta edição, uma vez que o formato já anda meio desgastado, com queda de audiência, etc. E saber também como ele lida com a pressão para não ser demitido da emissora, uma vez que seu contrato vence em dezembro e tudo depende dos bons resultados de audiência do público.

Como era uma entrevista exclusiva para a Folha, ele me recebeu no começo da noite em seu escritório, num imponente prédio na Av. Faria Lima, em São Paulo – junto com duas assessoras. O tempo seria curto, uma vez que ele deveria gravar o programa dentro de alguns minutos num local próximo. Aproveitando o gancho desta informação (“devo gravar daqui a pouco”), comecei perguntando como estavam as gravações desta edição, o que havia mudado em relação às anteriores e a presença dos novos conselheiros – Carla Pernambuco e Claudio Forner – ambos já familiarizados com TV e reality show.

Outra informação bacana era de que o empreendedorismo será o mote do programa. Na última edição apresentada por ele, o predomínio era de universitários. Nesta, a idade média dos participantes é de 32 anos, o que imagina gerar um “universo de reação muito maior que o dos jovens”.

Além de “O Aprendiz”, falamos sobre seu programa de entrevistas “Show Business” (Band). Mas, por falta de espaço, não entrou na versão final da matéria. Mas valeu para conhecer o outro lado de João Doria. Ele confessou que apresentar o reality é mais difícil que entrevistar, devido a “imprevisibilidade”.

As polêmicas sempre deixo para o final, para não intimidar os entrevistados. Era impossível não tocar no assunto Roberto Justus. Mas com toda a naturalidade, João disse que eles são amigos, que fazem palestras juntos e tem um bom relacionamento dentro e fora da Record. OK. Respondido, com sutileza, como previa.

Pouco menos de 30 minutos depois, ele deixou a sala de reunião. E não me demitiu!

O resultado está aqui: http://f5.folha.uol.com.br/televisao/994102-joao-doria-jr-quer-ser-efetivado-em-o-aprendiz.shtml

21 de outubro de 2011

Crítica: Pitanga (Mallu Magalhães)

Finalmente Mallu Magalhães liberta-se dos sentimentos reprimidos em inglês para soltar a voz e os desejos num álbum cheio de personalidade em bom e sutil português.



Produzido pelo namorado e fonte de inspiração Marcelo Camelo, o novo álbum de Mallu, intitulado “Pitanga” – “porque tinha um pé de pitanga perto do estúdio”, parece um casamento com o álbum “Toque Dela”, de Camelo, lançado no começo desse ano. O que é um excelente negócio para apreciadores de boa música.

São doze faixas, que se misturam entre bossa nova ("Ô, Ana"), folk ("In the morning") e samba ("Sambinha bom"). O eclético disco agrada pela sutileza e simplicidade das letras. Mallu parece se despir musicalmente, cantando tranquilamente que deseja “tirar sua roupa” na canção "Olha só, moreno". Antes, os seus sentimentos eram falados em inglês. Aliás, se a língua estrangeira era predomínio nos primeiros dois discos, os velhos fãs só poderão acompanhar quatro músicas, cantadas parcialmente entre português e inglês.

O que incomoda, em certas faixas, é o excesso de instrumentos – comum nos discos solo de Camelo. Num determinado momento, chega a atrapalhar, como se fosse um barulho externo do disco. E a duração de algumas músicas é curta. Quando você começa a embalar, acaba.

É. Parece que a inspiração de Camelo serviu para Mallu.

Avaliação: Ótimo

Bastidores do VMB 2011

Pela primeira vez na vida acompanhei in loco uma edição do badaladoVMB (Video Music Brasil), o maior prêmio musical da TV brasileira. Um sonho de qualquer adolescente que se tornou realidade ontem a noite!



Música boa, drinks, celebridades, gente bonita e um clima super VIP deram o tom à festa musical da MTV. O formato do evento este ano foi diferente: três palcos (o da premiação, com Marcelo Adnet, palco VMBB, com Bento Ribeiro e uma pista). Tudo abarrotado de fãs e famosos! Estava com uma credencial de imprensa, que não dava acesso ao palco principal. Mas era óbvio que daria um jeito para entrar e ver a festança de perto. Me misturei com um grupo de fãs que iam entrar no estúdio e fazer parte da plateia. De vez em quando, vale dar uma de João-sem-braço para conseguir as coisas. Missão cumprida: passei pela segurança e vi os três primeiros blocos do prêmio do palco principal. Depois, parti para o trabalho, de fato.

A primeira celebridade que vi foi Adriane Galisteu, ainda no red carpet. Na sequência, passaram ao meu lado as modelos Ellen Jabour e Lea T., Wanessa Camargo, João Gordo e Felipe Andreoli. Entre um palco e outro, encontrei o ídolo são-paulino Lucas. Não pensei duas vezes para tirar uma foto com o cara! Entre uns drinks e a caça de notas para a coluna no jornal, conversei também com o Carioca, do Pânico, que estava com a mulher grávida na área de imprensa buscando tranquilidade, Rafael Cortez (do CQC), Seu Jorge, Bia e Branca, Rogério Flausino (Jota Quest), Bento Ribeiro, Penélope Nova (a VJ da MTV que pediu demissão da emissora ontem, depois de 14 anos de casa), o lutador do UFC Anderson Silva (o mais assediado da festa) e a simpática apreciadora de bons drink Luísa Marilac – que estava acompanhada da mãe (que é sua assessora) e da irmã.

Todos juntos num clima descontraído, embalados com muito prosecco. Queria ter conversado com o Marcelo Camelo, Mallu Magalhães, Caetano Veloso, Dani Calabresa e Marcelo Adnet. Mas eles não circularam na festa. Ou eu não os vi, porque tinha MUITA gente (2.500 pessoas).

Para uma primeira vez, nada mal. Consegui fazer meu trabalho, realizar um sonho (!) e me divertir no meio das celebridades! Que venha 2012...

6 de outubro de 2011

Crítica: Amizade Colorida

Finalmente um filme jovem e moderninho que trata do assunto de “amigos com benefícios” num tom descolado e atores despojados.



Justin Timberlake (sim, o próprio) e Mila Kunis (de “Cisne Negro”) mostram perfeita sintonia em “Amizade Colorida”, que finalmente fez sua estreia no Brasil.

Dylan é um blogueiro bem-sucedido de Los Angeles e Jamie uma caça-talentos de Nova York – e a responsável por tirar Dylan de sua terra natal e empregá-lo como editor de artes da revista GQ. O primeiro encontro não podia ser mais estranho: quando chega à Big Apple, Dylan encontra Jamie em cima da esteira de bagagens no aeroporto procurando um papel que havia perdido. Eles se apresentam e os dois seguem direto para a entrevista na sede da revista. Claro que ele consegue o emprego. Até porque deve ser muito fácil se editor da publicação, né?

Mas Dylan não está convencido de sua mudança para NY. Percebendo tal dúvida, Jamie resolve mostrar – e encantar – Dylan num passeio pela cidade. Tudo muito rápido, num ritmo para prender a atenção do espectador a casa segundo. E consegue. O corte final do primeiro ato não podia ser melhor: um flashmob em plena Times Square, tendo como música de fundo “New York, New York”, clássico arrebatador de Frank Sinatra.

Como o casal tinha acabado de sair de relacionamentos complicados, e percebendo que tinham algumas coisas e vivências em comum – resolvem apostar no relacionamento do sexo sem compromisso, só para não se sentirem tão sozinhos na cidade. OK, no começo é uma maravilha, com cenas de tirar o fôlego! Nota 10 para a atuação de Mila Kunis! Já Justin não estraga, nem compromete. O filme é recheado de piadas no time perfeito, levando o público a constantes gargalhadas! Uma cena divertida é os dois jurando sob uma Bíblia no iPad que o relacionamento só será sexual. E quando descobrimos o problema para fazer contas de Dylan – quando ele solta números e horas sem o menor cabimento.

Mas a relação começa a dar sinais de que precisa mudar quando Dylan convida Jamie a visitar sua família em LA. E quando envolve familiares, tecnicamente, a situação tende a ficar mais séria. Mas só que Dylan não quer assumir este papel de namorado e esvazia as possíveis expectativas da garota.

De volta a NY, os dois resolvem reatar a amizade, sem sexo a priori, e viver um clichê com final feliz, mas que reserva cenas e trilha sonora para deixar qualquer um com a sensação de que o amor deve existir.

Cotação: * * * *

4 de outubro de 2011

Sobre os bastidores da TV

Escrever sobre bastidores de televisão não é nada fácil. Nenhuma informação chega de graça até a informação. Nunca os tais "contatos" jornalísticos foram tão importantes.



Prestes a completar três semanas na coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, ao lado da talentosa Keila Jimenez, já consegui algumas dezenas de números telefônicos, e-mails e conversas com o pessoal da TV. No segundo dia de trabalho pude entrevistar o apresentador do CQC Marcelo Tas e o diretor de cinema Fernando Meirelles. A conversa com os dois, no lançamento do livro do Tas na livraria Cultura, no Conjunto Nacional, rendeu diversas notas na coluna. Questão de fazer o trabalho in loco. Repito: nada chega de graça.

Na mesma semana, entrevistei a Marjorie Estiano, que estreou na novela "A Vida da Gente" (Globo). Aliás, fui fazer a cobertura da festa de lançamento da novela aqui em São Paulo. Festa linda, com todos do elenco. Se aproveitei? Sim, para fazer contatos, pegar número de telefones, e-mails, Facebook. Tudo que possa ajudar em nosso relacionamento com tal artista.

Falei também numa outra pauta com a Leilah Moreno, ex-cantora do Altas Horas, que estreará como atriz em "Aquele Beijo". Falar com quem está começando a carreira é muito mais fácil que figurões da TV. Fato! Eles são mais dispostos a revelar o que sentem - e não estã lá para fazer "mais uma novela", mas "a novela".

Fora o fato de checar diversas informações ao longo do dia, sempre procurando algo exclusivo. Levamos a sério o trabalho de furar a concorrência. Se estamos conseguindo? Bom, ontem o blog do Outro Canal registrou mais de 1.100 comentários sobre a saída de Rafinha Bastos do CQC. Moderei todos os comentários, lendo um por um, para não deixar passar nenhum palavrão ou ofensa pessoal. Fomos os primeiros a noticiar. Ponto para a Folha!

Ontem entrevistei o Danilo Gentili, amigo de Rafinha, que o está defendendo. História divertida! Pois liguei para o celular dele - e quem atendeu foi sua mãe! Ela disse que ele havia ido cortar o cabelo no shopping Pátio Paulista. Peguei um táxi e fui tentar falar com ele lá. Mas não o encontrei. Chateado, voltei para a Redação sem nada. Mas quando abri meus e-mail, tinha lá a resposta dele completíssima, com uma entrevista super bacana! Rendeu algumas "aspas" para uma matéria que sairá na Ilustrada. E também fiz uma entrevista com uma atriz da Globo, que sairá na edição deste domingo - dia nobre do jornal. Um detalhe no dia. Corrido, para conseguir dar em primeira mão as informações.

O lado negativo? STRESS! A gastrite me pegou desde a primeira semana. Estou a base de Omeprazol há três semanas. Não é fácil fazer cobertura dos bastidores de TV. Meu organismo ainda não se adaptou à loucura das celebridades. Mas minha cabeça está pirando - e me divertindo!