Crítica: Mais respeito que sou tua mãe

A parceria de anos de Claudia Jimenez com Miguel Falabella resulta em mais um sucesso nos palcos: a peça “Mais respeito que sou tua mãe”.



Baseada no texto do argentino Hernán Casciari, publicado entre 2003 e 2004 no blog Mujer Gorda, a peça aborda de forma bem humorada os problemas cotidianos de uma família de classe média baixa. Em sua maioria, os problemas dizem respeito a falta de dinheiro, compensado pelo elo de amor entre eles. A mãe Nalva, vivida por Claudia Gimenez é o ponto de equilíbrio da casa, que conta ainda com o marido (Ernani Moraes), três filhos com personalidades distintas e o sogro maconheiro. A trama é muito simples, com Nalva conversando diversas vezes com a plateia, contextualizando o público com o dia a dia dentro da casa de uma forma engraçada, colocando o espectador como personagem em cena. O cenário são dois cômodos (sala e cozinha) e a famosa laje (onde pode-se ver o céu iluminado de estrelas). A trilha sonora também dá um tom emocional à trama, mas sem interagir propriamente com ela.

Os momentos mais engraçados da peça ficam por conta da homossexualidade recém-descoberta do filho pródigo, os papos sexuais entre a mãe e a filha que se prostitui pela Internet, a vagabundagem do filho mais novo e os diálogos evasivos entre o marido e a esposa – tão reais que criam uma identificação imediata com o público.

A direção de Miguel Falabella traz alguns traços particulares. Certa vez, Nalva chama a filha “puta” de mau-caráter (assim como eu Toma Lá, Dá Cá). E outras expressões comuns nas obras de Falabella. Já Claudia está impecável e muito a vontade com o texto em uma ótima atuação!

Serviço
Teatro Procópio Ferreira (r. Augusta, 2.823)
Sexta e sábado às 21h30 e domingo às 19h
R$ 90 (inteira) e R$ 35 (meia)

Avaliação: Ótimo

Programação da Virada Cultural SP 2011

Palco Barão de Limeira

18h - Anastácia
20h - Eliezer Setton
22h - Flavio José
00h - Dominguinhos
02h - Genival Lacerda
04h - Sandro Becker
06h - Gaby Amarantos
08h - Dona Onete
10h - Banda de Pau e Corda
14h - Renato Teixeira
16h - Falamansa
18h - Forroçacana

Palco São João

19h - Armando Manzanero (México)
21h - Chicha Libre (EUA)
23h - Skatalites (Jamaica)
01h - Love Trio + U-Roy (EUA-Jamaica)
03h - Macaco (Espanha)
05h - Marcelo Yuka
07h - Dj Dolores y Orquestra Santa Massa
09h - Yusa (Cuba)
11h - Sossega Leão
13h - Ska Cubano (Cuba)
15h - Mad Professor (Jamaica) + Marty Dread
17h - Steel Pulse (Inglaterra)

Palco República

18h - Festa 011 - KL Jay, Edi Rock e Don Pixote
20h - Taylor McFerrin (EUA) e BNegão
22h - Fred Wesley and the New JBs (EUA)
00h - Toni Tornado e Dom Salvador + Abolição
02h - Dumpstaphunk (EUA)
04h - Di Melo
06h - Instrumental Explosion - Incendiary Funk and R&B Instrumentals 1966-1973
08h - Monarco
10h - Riachão
12h - Paulo Miklos e Quinteto em Branco e Preto: Noel
14h - Leandro Lehart (Maior Bateria do Mundo)
16h - Mart'nália
18h - Paulinho da Viola e Orquestra de Cordas de Curitiba

Palco Júlio Prestes

18h - Rita Lee
20h - Edgar Winter (EUA)
22h - Irmandade do Blues & Larry Mccray (EUA)
00h - Voodoo Zombies (Chile)
01h30 - Conjuração Satânica - Zé do Caixão
02h - The Misfits (EUA)
04h - Minikiss (EUA)
06h - Texas Hippie Coalition (EUA)
08h - P.O.D. (EUA)
10h - Tihuana
12h - Charlie Brown Jr
14h - Plebe Rude
16h - Blitz
18h - RPM

Balão da Julio Prestes

As Mulheres do Sol e o Balão Mágico - Cia Base - às 17h30, 19h30 e 13h30

Palco Arouche

19h - Fernando Mendes
21h - Elymar Santos
23h - Ritchie
01h - Marina Lima
03h - Bamdamel
05h - Vinny
07h - Big Time Orchestra
09h - Zéu Brito
11h - A Cor do Som
13h - Os Incríveis
15h - Los Straitjackets (EUA)
17h - Erasmo Carlos

Palco XV de Novembro

18h - Tiê
20h - Thaís Gulin
22h - Lucinha Turnbull
00h - Cibelle e Cidadão Instigado
02h - Denise Assunção
04h - Martin e Eduardo
06h - Sabonetes
08h - Lu Horta
10h - Brasileirinhos - Paulo Bira
14h - Maria Alcina e Edy Star
16h - Daniel Gonzaga
18h - Jorge Mautner

Bulevar São João

Maratona: a banda Beatles 4ever toca todos os discos na sequência
18h - "Please, Please Me" - 1963
19h30 - "With the Beatles" - 1963
21h - "A Hard Days Night" - 1964
22h30 - "Beatles For Sale" - 1964
00h - "Help!" - 1965
01h30 - "Rubber Soul" - 1965
03h - "Revolver" - 1966
04h30 - "Sgt. Pepper'S Lonely Hearts Club Band" - 1967
06h - "Magical Mistery Tour" - 1967
07h30 - "Yellow Submarine" - 1967
09h - "White Album Vol. 1" - 1968
10h30 - "White Album Vol. 2" - 1968
12h - "Let It Be" - 1969
13h30 - "Abbey Road" - 1970
15h - "Past Masters Vol.1"
16h30 - Past Masters Vol.2 - 1988

Palco Líbero Badaró

19h - Chico Pinheiro
21h - Ronnie Cuber (EUA) e Hammond Grooves
23h - Brian Auger's Oblivion Express (Inglaterra)
01h - Eumir Deodato
03h - Freegideira e Benjamin Taubkin
05h - Brown Bird (EUA)
07h - Coolbrazz
09h - Boris Savoldelli Voice Orchestra (Itália)
11h - Jashgawronsky Brothers (Armênia-Itália)
13h - Rumpilezz
15h - Tohpati Ethnomission (Indonésia)
17h - Soft Machine Legacy (Inglaterra)

Viaduto do Chá - Anhangabaú

Comédia Stand-Up
20h - Comédia 1 - Marcelo Médici - Danilo Gentili - Rafinha Bastos - Comida dos Astros - Léo Lins - Márcio Ribeiro
23h - Comédia 2 - Fábio Rabin - Márcio Ribeiro - Maurício Meireles - Murilo Gun - Fábio Lins - Marlei Cevada
02h - Comédia 3 - Rogério Morgado - Marco Zenni - Marcos Castro - Marcos Veras - Hélio Barbosa - Rudy Landucci
05h - Comédia 4 - Patrick Maia - Fábio Gueré - Mehl Marrer - Marco Zenni - Fábio Lins - Victor Sarro
08h - Comédia 5 - Fabiano Cambota - Robson Nunes - Renato Tortorelli - Cris Paiva - Fábio Silvestre - Fábio Gueré
11h - Comédia 6 - Marlei Cevada - Raphael Veles - Maurício Meireles - Robson Nunes - Murilo Gun - Comida dos Astros
14h - Comédia 7 - Márcio Ribeiro - Hélio Barbosa - Luis França - Rodrigo Cáceres - Léo Lins - Cris Paiva
17h - Comédia 8 - Danilo Gentili - Murilo Couto - Comida dos Astros - Rafinha Bastos - Hélio Barbosa - Marlei Cevada

Labutaria

O ator Marco Luque retorna às suas origens no teatro com a peça Labutaria, que estreou ontem no Teatro Shopping Frei Caneca. A peça, com duração de 70 minutos traz personagens criados pelo ator, como o motoboy Jackson Five e o taxista Silas Simplesmente, todos do tempo do Terça Insana.



Há personagens novos no cardápio, como o monitor de acampamento Betonera (uma versão gordinha de Luque, que o deixa irreconhecível). Já o hippie Mustafari pede para o povo desagarrar do lado material, enquanto a faxineira Mary Help conta detalhes de seu trabalho no aeroporto, casa de madame e teatro. Mas os melhores momentos ficam por conta dos hilariantes Silas Simplesmente, o Taxista e Jackson Five, o Motoboy. Ambos narram o dia a dia conturbado no trânsito de São Paulo, com experiências inusitadas de seus respectivos trabalhos! O público lotou o teatro e gargalhou muito com as graças de Luque. Vale o ingresso!

SPRW: Praça São Lourenço

Restaurante que participa da São Paulo Restaurant Week comprova que pode afastar para sempre os clientes se não conseguir participar de forma competente do maior evento gastronômico do Brasil.



São dois preços tabelados: R$ 29 no almoço e R$ 39 no jantar. O atrativo da RW é oferecer pratos dos mais badalados (e caros) restaurantes da cidade a um valor "popular". Mas a cada nova temporada, parece que você entra em mais uma FURADA.

No Praça São Lourenço (r. Casa do Ator, 608 - Vila Olímpia), o jantar para um casal não sairia por menos de R$ 150 com entrada, prato principal, sobremesa e bebidas. Pedimos para começar uma salada crocante de folhas com cenoura, pepino, granola 8 grãos e uma empada aberta de ricota fresca. Esta última estava uma delícia, merecendo uma boa avaliação. A salada estava...uma salada como qualquer outra, sem gosto. O prato principal era ancho grelhado às ervas acompanhado de batata ao forno com tomilho, salada de tomatinhos com cebola roxa. Só esqueceram de assar a carne bovina, pois ela chegou crua à nossa mesa, 15 minutos depois da entrada! Pedimos para o garçom (muito gentil) mandar outro prato, mas quando a peça voltou parecia do mesmo jeito. E com muita gordura (a metade do que seria uma carne)! De sobremesa, uma deliciosa torta de chocolate meio amargo, creme e redução de laranja não conseguiu satisfazer minha fome. Na próxima vez (NUNCA) que visitar um restaurante da SPRW preciso jantar em casa antes de partir para deixar meus R$ 39 mais mal gastos da vida. Nem o ambiente bonito do Praça São Lourenço, em meio às arvores conseguiu apagar minha frustração com a falta de péssima comida do cardápio.

Avaliação: péssimo

1a 5m

Tempo suficiente para sobreviver ao outro e se adaptar aos seus mais estranhos costumes, sempre tão diferentes ao seu. Um amigo me disse que se passar dos dois anos, o relacionamento vinga. Discordo! Se sobreviver a mais um mês já fico extremamente feliz - e ela também!

Parece que estamos passando por uma fase de maior estabilidade, sem brigas (há mais de 3 dias)! Gostamos de fazer as mesmas coisas, assistir aos filmes com os mesmos atores, ouvir as músicas do mesmo ritmo. Estamos no mesmo ritmo na faculdade e nas tardes de trabalho. Temos o mesmo pique para festas e outras diversões!

Pausa para o lanche que ela está preparando.

Sim, ela está aprendendo a cozinhar e fazer uma variedade maior de pratos! Milagre ou necessidade de engordar? Tanto faz! A comida fica deliciosa do mesmo jeito.

Gostamos de fazer planos para o futuro. Grande planos a serem realizados aos poucos, de acordo com nossas vontades e capacidades momentâneas. Estamos aprendendo e crescendo juntos. Se firmando como um casal nada normal. Com brigas, discussões, discordâncias, pontos de vista diferentes. Mas com vontade de ficar juntos, seja onde for. Amor ou algo maior? Não consigo responder.

Já desisti de tentar entender. Simplesmente me deixo levar. Por mim mesmo e por ela.

Quem ri de quem?

Na próxima 5ª feira (24) começa o Risadaria na Bienal do Ibirapuera. Apresentações como as de Michael Winslow, Avner, The Eccentric, Rafinha Bastos, Improvável, É Tudo Improviso estão na programação. Mas com um preço para chorar, e não rir! Ingressos de R$ 70 a R$ 100 tornam o evento rentável para os organizadores. Vale lembrar que há vários patrocinadores do Risadaria, entre Sadia, Devassa, Volkswagen, UOL, Claro, entre outros. A conta deve ser paga por eles, não pelo público. Parece um evento feito para ganhar dinheiro, e não levar a cultura e entretenimento de forma acessível para o público.

Vale lembrar que pagar os R$ 30 só dá acesso ao Pavilhão e às Mostras. Deve ser bacana a homenagem à Jô Soares, que é grátis (pelo menos)! Mas os shows principais devem ser pagos a parte! E aí, quem ri por último ri melhor?

Crítica: Sexo sem compromisso

Parece que o amor perdeu a briga para a atração física. Pelo menos nos filmes “Amor e Outras Drogas” e no mais recente “Sexo sem compromisso”, com Natalie Portman e Ashton Kutcher.



A temática do sexo sem amor, encontros casuais e falta de sentimento é a bola da vez em Hollywood. Em “Sexo sem compromisso”, que estreou neste fim de semana no Brasil, o grande atrativo é a parceria da bela Natalie (ganhadora do Oscar 2011 de melhor atriz) com o velho (e nada bom) Kutcher de sempre. O diretor Ivan Reitman retrata de forma mais cool o relacionamento aberto entre Adam e Emma. Ele é um aspirante a roteirista de TV e filho de um ex-ator famoso. Ela é médica e passa a maior parte do tempo em plantões ininterruptos. A falta de tempo para um relacionamento sério e estável, bem como a questão de viver feliz sozinha, faz de Emma uma pessoa com sentimentos reprimidos – o oposto de Adam.

Eles se conhecem num acampamento de férias na infância, acabam se vendo numa festa de faculdade e resolvem ficar juntos depois de muitos anos quando Adam, após levar o fora de sua namorada (que passa a namorar seu famoso pai), liga bêbado para todas as garotas de seu celular e acaba pelado na casa de...Emma! Sabe-se lá como. Mas a cena é divertidíssima (com que será que ele realmente transou?). E é claro que Adam e Emma acabam transando pela primeira vez. A partir daí o relacionamento passa por altos e baixos, como em qualquer relação “normal”.

Nem sempre a atração física consegue segurar uma relação. E eles percebem isto e começam a ter ciúmes um do outro e a querer coisas mais sérias – envolvendo a família, inclusive. Uma das boas sacadas da trama é quando Adam, após saber que Emma e todas as garotas da sua república estão na TPM, leva vários bolinhos de chocolate e um CD com a temática de “sangue” nas canções. HILÁRIO!

A história é simples, mas a boa atuação de encantadora Natalie Portman com o insosso Kutcher faz de “Sexo sem compromisso” uma boa opção para sábado a noite. Se você tiver um bom programa para depois, claro!

Cotação: * *

Welcome a board!

Problemas técnicos, trabalhistas, universitários, amorosos, cósmicos e astrológicos me impossibilitaram de atualizar com regularidade o blog. Também fiquei desconectado entre o fim do contrato com a Folha e o começo das aulas na USP, passando pelas festas carnavalescas e as divertidas celebrações escolares até a presente data. Aproveitei ainda para começar novos cursos, programar uma grande viagem em breve e me aproximar das pessoas do mundo real (que convenhamos é muito melhor que este frio mundo virtual). Mas prometo esquentar com mais olhares atentos os radares que andam borbulhando na web!

Alguma coisa acontece

Quando mudei para São Paulo há 3 anos, tinha uma cidade inteira para desbravar. Milhares de opções, trajetos, lugares, pessoas. Aprendi a andar pelo metrô e suas coloridas linhas. Me intrigava mais ainda com as pessoas coloridas desencanadas com as opiniões internas alheias. Mas passava também um perrengue diário nas linhas de trem do transporte paulistano.

Diariamente em 2008, quando estagiava na revista Offline, era obrigado a pegar o trem na marginal Pinheiros para chegar na Redação. Para ir, na hora do almoço, não encontrava grandes problemas na linha Esmeralda. Mas pegar o horário do rush entre 18h às 19h no fim do expediente era um sufoco! Pegava o trem na Vila Olímpia (ao lado da Daslu – quanta contradição!), descia na Hebraica-Rebouças e tinha que encarar o ônibus Maria Luiza, linha 715M-10. A longa viagem de 1h30 me servia de inspiração para refletir sobre devaneios amorosos e conhecer um pouco mais sobre a cidade que estava começando a gostar. A gostar das pessoas que viviam nesta cidade, principalmente. Amigos e casos, com finais felizes ou não.

Hoje as coisas são mais fáceis, no quesito transporte. Ando de carro por este labirinto em busca dos melhores caminhos para evitar os lendários congestionamentos paulistanos. As reflexões amorosas, os poeminhas bobos que escrevia no ônibus e o primeiro encantam já estão fora de cogitação. Devo estar no ritmo desta cidade que é apaixonante à primeira vista e caótica num relacionamento a longo prazo.

Mas não abro mão de pegar o trem sentido Júlio Prestes para não deixar a saudade dos primeiros anos na cidade irem embora. As recordações vêm a tona e transformam minhas repetidas experiências em novos encantos. Inexplicável gosto pelo velho, que parece tão recente...