17 de março de 2011

Alguma coisa acontece



Quando mudei para São Paulo há 3 anos, tinha uma cidade inteira para desbravar. Milhares de opções, trajetos, lugares, pessoas. Aprendi a andar pelo metrô e suas coloridas linhas. Me intrigava mais ainda com as pessoas coloridas desencanadas com as opiniões internas alheias. Mas passava também um perrengue diário nas linhas de trem do transporte paulistano.

Diariamente em 2008, quando estagiava na revista Offline, era obrigado a pegar o trem na marginal Pinheiros para chegar na Redação. Para ir, na hora do almoço, não encontrava grandes problemas na linha Esmeralda. Mas pegar o horário do rush entre 18h às 19h no fim do expediente era um sufoco! Pegava o trem na Vila Olímpia (ao lado da Daslu – quanta contradição!), descia na Hebraica-Rebouças e tinha que encarar o ônibus Maria Luiza, linha 715M-10. A longa viagem de 1h30 me servia de inspiração para refletir sobre devaneios amorosos e conhecer um pouco mais sobre a cidade que estava começando a gostar. A gostar das pessoas que viviam nesta cidade, principalmente. Amigos e casos, com finais felizes ou não.

Hoje as coisas são mais fáceis, no quesito transporte. Ando de carro por este labirinto em busca dos melhores caminhos para evitar os lendários congestionamentos paulistanos. As reflexões amorosas, os poeminhas bobos que escrevia no ônibus e o primeiro encantam já estão fora de cogitação. Devo estar no ritmo desta cidade que é apaixonante à primeira vista e caótica num relacionamento a longo prazo.

Mas não abro mão de pegar o trem sentido Júlio Prestes para não deixar a saudade dos primeiros anos na cidade irem embora. As recordações vêm a tona e transformam minhas repetidas experiências em novos encantos. Inexplicável gosto pelo velho, que parece tão recente...

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