25 de junho de 2012

Crítica: Encontro com Fátima Bernardes

Fazendo o possível para mostrar-se a vontade em seu programa de estreia, Fátima tenta mudar a cara da programação matinal da TV no “Encontro com Fátima Bernardes”.



O programa começou com dez minutos de atraso, e mostrou logo na abertura a despedida de Fátima do “Jornal Nacional”. Depois, fez uma contagem progressiva através dos últimos meses contando sobre a criação do programa, através da composição do elenco, pautas, quadros, cenários, etc. Mais ou menos como seria a realização do sonho da apresentadora. Aliás, “sonhos” foi uma espécie de tema do programa de estreia.

A primeira matéria discutida ao vivo com convidados e a jornalista Lillian Telles foi sobre adoção. Nada magnífico, mas que trouxe relatos de crianças nos orfanatos e pais que adotaram ou pretendem adotar filhos de coração. Teve ainda a presença de Marcos Losekan, direto de Londres, falando sobre o mesmo tema da adoção na Inglaterra. Na sequência, uma pequena esquete de humor – mesmo sem um pingo de graça – mostrou que o programa precisa melhorar nas tentativas de fazer piadas nas mudanças de assunto, ajustando o famoso “time” dos comediantes.

Um quadro interessante apresentado na estreia foi o “Cabine”, em que os convidados do programa revelam algo de suas vidas. O tema de hoje foi “Qual seu maior sonho?”, com respostas previsíveis e uma mais divertida: "andar nas costas de uma girafa na África!" Ponto para a piada natural!

“Onde está você, William Bonner” perguntou Fátima para o marido, que deu as caras no moderno telão para parabenizar a mulher pela estreia do programa direto da Redação do "Jornal Nacional" e dar algumas notícias que estarão no noticiário noturno da Globo – com a presença de todos os editores do “JN” que trabalhavam com Fátima. Bonita homenagem.

Em seguida foi ao ar uma divertida matéria com três amigos do Rio que fizeram a primeira viagem de avião juntos para o exterior (EUA, claro!). E discutiu-se sobre os brasileiros que estão debutando nos aeroportos, numa clara referência ao público que o “Encontro” quer fisgar: a classe C.

Outra pauta discutida no programa foi sobre depilação masculina. Um lutador de MMA entrou em cena e confessou que depila as costas e “outras partes”. Constrangedor!

Na reta final, Fátima mostrou seu lado jornalista, discutindo sobre as notícias grandes, com boa repercussão, e as notícias do cotidiano, pessoais, citando a sua própria gravidez no final da década de 90. Enfim, mostrou qual o propósito do programa: contar histórias e relatos pessoais da vida de forma clara e objetiva. Nada de receitas gastronômicas, sorteios de prêmios ou qualquer outra bobagem em busca da audiência. Quer ter qualidade e bom conteúdo.

A primeira impressão é a de que o “Encontro com Fátima Bernardes” precisa soar mais natural, mostrando uma verdadeira e desconhecida “nova Fátima” – que o público tanto espera ver ao vivo, todas as manhãs.

Segundo o colunista da Folha Ricardo Feltrin, a audiência na estreia do programa chegou a 10 pontos de média, com pico de 11,5. Desde 2006 a Globo não alcançava uma audiência tão grande na faixa matinal. Em segundo ficou o SBT, com 7,1 pontos – que abocanhou as crianças órfãs de desenhos da “TV Globinho”. Já a Record, mesmo com a presença especial de Ana Hickmanm e Brito Jr. no “Hoje em Dia”, caiu para a terceira posição, com 6 pontos. Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP.

Avaliação: Bom

24 de junho de 2012

Crítica: Para Roma com Amor

O novo e último filme da temporada europeia de Woody Allen, “Para Roma com Amor” consegue captar com muito humor o cotidiano confuso e apaixonante dos italianos na Cidade do Amor.



Depois de filmar “Match Point” (Londres, 2005), “Vicky Cristina Barcelona” (Espanha, 2008) e “Meia-Noite em Paris” (França, 2011), chegou a hora de Roma ser captada pelas lentes do diretor Woody Allen, que volta a interpretar magistralmente neste seu novo filme.

A película começa com uma tradicionalíssima canção italiana – “Volare” – já no prólogo de um policial de trânsito, que parece reger como uma ópera o caótico trânsito de Roma, contextualizando o espectador com o que está por vir. Na sequência, o público é apresentado aos diversos personagens, que não se encontram em nenhum momento da trama. São divertidas histórias paralelas que se desenvolvem ao mesmo tempo nas românticas paisagens italianas, como o Coliseu, Fontana di Trevi, Piazza Spana e entre ruínas e vielas cinematográficas da cidade.

Allen interpreta um recém-aposentado diretor de ópera que viaja a Roma para conhecer o noivo comunista de sua filha Hayley, sem entender quase nada de italiano. Lá, percebe que o pai de seu genro – que é dono de uma funerária – tem um talento especial para cantar, mas só no chuveiro. O que dará uma ideia inusitada para Allen produzir uma ópera em Roma!

No outro ponto da cidade, um jovem casal italiano se envolve sem querer com uma prostituta, interpretada por Penélope Cruz e um sexy ator de cinema (Antonio Albanese). Numa outra estação, um casal americano tem a relação estremecida com a chegada de uma amiga, interpretada por Ellen Page – e há também a presença da “voz e presença da experiência”, vivida por um renomado arquiteto de shopping centers (Alec Baldwin). Podemos notar a presença de vários atores jovens numa cidade velha – esta ambiguidade será ressaltada em diversas passagens do longa. O idioma mais ouvido na fita é o próprio italiano, embora o inglês apareça com sotaque italiano e na forma original com o próprio Allen. Mas vale a experiência de compreender com mais facilidade a língua de Dante do que a de Shakespeare.

A história mais divertida do filme fica a cargo de Roberto Benigni na pele de um burocrata que do dia para a noite se torna uma badalada celebridade sem nenhum motivo (qualquer semelhança com a breve fama dos BBB’s é mera coincidência)! Todos os detalhes de sua vida íntima e supérflua viram manchetes por um breve período, gerando assim uma ironia da sociedade descartável, rápida e sem conteúdo.

Todos os finais são característicos do diretor: surpreendentes! Traições são ocultadas, o desconhecimento depois da fama é discutido, decisões importantes são tomadas de última hora, famílias se reconciliam depois de não conseguirem se comunicar. Tudo no exato tom de comédia com pedigree – para completa satisfação do público. A última cena, literalmente, é uma das mais emocionantes, fazendo com que todos fiquem com vontade de dar um pulo em Roma o mais breve possível – e se possível, encontrar com os tipos criados por Woody Allen.

O próximo filme do diretor será nos Estados Unidos. Depois, há a possibilidade de desembarcar no Rio de Janeiro ou Buenos Aires para contar mais histórias locais como só Allen consegue fazer.

Cotação: * * * * *

Crítica: Sombras da Noite

A longeva parceria do diretor Tim Burton com o ator Johnny Depp acaba de ganhar um novo capítulo: a adaptação para o cinema da famosa série de TV americana “Dark Shadows”, exibida entre as décadas de 1960 e 1970.



“Sombras da Noite” conta a história de um jovem milionário do século 18 que foi amaldiçoado por uma bruxa, transformado em vampiro e enterrado vivo! Depois de 200 anos ele é desenterrado e retorna à vida, sem saber precisamente quanto tempo ficou preso. A graça do filme está exatamente aí: mostrar todas as mudanças que se deram em duas centenas de anos – e mostrar a difícil adaptação temporal!

O vampiro Barnabas Collins retorna para sua mansão e encontra seus descentes familiares beirando a ruína. Disposto a ajudá-los, uma vez que deve honrar o sobrenome da família, consegue reconstruir seu castelo e reformar a fábrica de peixes na cidade de Collinwood. Mas a bruxa que o amaldiçoou no passado tornou-se a grande empresária da cidade, dominando o comércio marítimo que movimenta o porto.

Barnabas reencontra com a bruxa, ao mesmo tempo que reconhece numa jovem seu amor do passado. Neste ponto, qualquer paródia com a saga “Crepúsculo” não é do acaso. Ele, um vampiro, apaixonado por uma jovem pura e cheia de mistérios. Edward e Bella? SIM! Mas com um humor mais dark e sem firulas. As proximidades dos longas vêm a tona quando Barnabas precisa morder sua pretendente para salvá-la da morte! A mesma cena, num tom romântico, pode ser vista no filme “Amanhecer – Parte 1”. Até uma sobrinha de Barnabas aparece do nada na pele de um lobisomem, para lutar junto com o tio vampiro! A adaptação não tem medo de apostar numa fórmula de sucesso, parodiando-a!

Uma piada antiga, presente na série de TV, é quando o vampiro confunde o M do Mc Donald’s com o sinal do demônio Mefistóteles. Outras piadas são geradas pelo conflito com a geração de 1970 em comparação com o século 18. Numa cena, Barnabas se espanta de saber que uma mulher é médica e que não teve filhos com 15 anos! Em outra, fica horrorizado ao saber que precisa conquistar uma mulher através do amor – e não pagando um dote, ou dando cabras – para se casar com ela.

O filme funciona e flui com humor. A interpretação de Depp, mais uma vez, consegue ser maior que o próprio filme. E seu personagem rouba toda a atenção do espectador. Só o final deixa a desejar, terminando de forma sem o esperado final muito feliz.

Cotação: * * *

19 de junho de 2012

Conexões?


Uma antiga campanha publicitária de celulares da Nokia tinha como slogan “Connecting People” (conectando pessoas).

Mas nunca as pessoas se desconectaram tanto umas às outras no plano físico para se conectarem através de ondas 3G com o vazio de relações virtuais. Mesmo quando estão juntas de pessoas reais – amigos, parentes, conhecidos –, preferem ficar teclando no celular (ou atualizando o Onde Estou? / O Que Estou Fazendo?), e deixam de viver e se relacionar de verdade com pessoas de carne e osso. Parece que as relações humanas estão deixando de ser humanas – e tornam-se cada vez mais artificiais e superficiais.

Gosto de ligar e ouvir a voz das pessoas. Se estiver muito ocupado, mando mensagem, mas ligo depois para checar se recebeu! Sempre quando saio com meus amigos, faço questão de fingir que o celular não existe. Quero aproveitar os bons momentos que um bom aplicativo jamais substituirá. Ou vamos deixar como está e nunca mais sair de casa para tomar uma cerveja num happy hour com os velhos amigos.

Está mais do que na hora de voltar a viver, sem conexões wireless ou 3G. Vamos nos conectar às pessoas reais?

4 de junho de 2012

Festa Junina na Igreja do Calvário


Começou no último final de semana a tradicional Festa Junina na Igreja do Calvário, localizada ao lado da Praça Benedito Calixto, zona oeste de São Paulo.

Entre as deliciosas comidas típicas, destaque para o pastel de queijo (R$ 4), cachorro-quente (R$ 4,50) e vinho quente (R$ 4). Há ainda diversas opções de doces, comida italiana, japonesa e o famoso espetinho de carne!

Durante a festa acontece shows musicais com duplas sertanejas, dando um clima interiorano para o "arraiá"! Procure chegar cedo - os portões abrem às 17h30, de sábado e domingo - para não pegar filas! Na entrada os festeiros ganham um vale-bingo, que pode ser usado no salão da paróquia!

O único ponto negativo é a falta de banheiros - somente um! E não há mesas para comer os pratos. Quem quiser, pode sentar na escadaria da Igreja e degustar sua comida, sem nenhum conforto.

Mas vale a diversão nesse mês de junho!