24 de junho de 2012

Crítica: Sombras da Noite

A longeva parceria do diretor Tim Burton com o ator Johnny Depp acaba de ganhar um novo capítulo: a adaptação para o cinema da famosa série de TV americana “Dark Shadows”, exibida entre as décadas de 1960 e 1970.



“Sombras da Noite” conta a história de um jovem milionário do século 18 que foi amaldiçoado por uma bruxa, transformado em vampiro e enterrado vivo! Depois de 200 anos ele é desenterrado e retorna à vida, sem saber precisamente quanto tempo ficou preso. A graça do filme está exatamente aí: mostrar todas as mudanças que se deram em duas centenas de anos – e mostrar a difícil adaptação temporal!

O vampiro Barnabas Collins retorna para sua mansão e encontra seus descentes familiares beirando a ruína. Disposto a ajudá-los, uma vez que deve honrar o sobrenome da família, consegue reconstruir seu castelo e reformar a fábrica de peixes na cidade de Collinwood. Mas a bruxa que o amaldiçoou no passado tornou-se a grande empresária da cidade, dominando o comércio marítimo que movimenta o porto.

Barnabas reencontra com a bruxa, ao mesmo tempo que reconhece numa jovem seu amor do passado. Neste ponto, qualquer paródia com a saga “Crepúsculo” não é do acaso. Ele, um vampiro, apaixonado por uma jovem pura e cheia de mistérios. Edward e Bella? SIM! Mas com um humor mais dark e sem firulas. As proximidades dos longas vêm a tona quando Barnabas precisa morder sua pretendente para salvá-la da morte! A mesma cena, num tom romântico, pode ser vista no filme “Amanhecer – Parte 1”. Até uma sobrinha de Barnabas aparece do nada na pele de um lobisomem, para lutar junto com o tio vampiro! A adaptação não tem medo de apostar numa fórmula de sucesso, parodiando-a!

Uma piada antiga, presente na série de TV, é quando o vampiro confunde o M do Mc Donald’s com o sinal do demônio Mefistóteles. Outras piadas são geradas pelo conflito com a geração de 1970 em comparação com o século 18. Numa cena, Barnabas se espanta de saber que uma mulher é médica e que não teve filhos com 15 anos! Em outra, fica horrorizado ao saber que precisa conquistar uma mulher através do amor – e não pagando um dote, ou dando cabras – para se casar com ela.

O filme funciona e flui com humor. A interpretação de Depp, mais uma vez, consegue ser maior que o próprio filme. E seu personagem rouba toda a atenção do espectador. Só o final deixa a desejar, terminando de forma sem o esperado final muito feliz.

Cotação: * * *

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