26 de fevereiro de 2011

Crítica: Amor e outras drogas

Badalado pelas cenas de sexo entre Anne Hathaway e Jake Gylenhall, as outras drogas do filme são muito mais interessantes que o ato de amor.



Década de 90. O Viagra é a grande sensação do momento. O representante farmacêutico Jamie Randall roda o país vendendo os produtos da Pfizer, prometendo saúde para todos. Já Maggie é portadora do Mal de Parkinson e precisa tomar diversos remédios para controlar sua doença degenerativa. O que ambos têm em comum é a vontade de sexo casual e de não manter relacionamentos sérios a longo prazo. Ambos gostam de curtir a esvaziada vida sem sentido - o que descobrem ao longo do filme.

Amor e outras drogas faz uma dura crítica à indústria farmacêutica e à obtenção de lucro a qualquer custo - subornando médicos, sensualizando enfermeiras, induzindo pacientes a tomar certos medicamentos da Pfizer, planos de saúde, etc. Mas o foco é outro. A relação de amadurecimento entre Jamie e Maggie. Eles, que parecem ter as mesmas características, acabam se envolvendo e descobrem que um relacionamento além da cama pode ser mais saudável para a vida de ambos. Há diversas cenas divertidas que mostram o pior lado das relações entre as pessoas. De um modo frio, mas irônico. As personagens secundárias só aparecem para refrescar os personagens principais - como o irmão bem sucedido de Jamie ou o parceiro de vendas dele, que só quer ganhar cada vez mais dinheiro na vida, esquecendo-se de sua família. A trilha sonora é composta por músicas que marcaram a década de 90. A fotografia do filme também é impecável, uma vez que trabalha com a ideia de solidão.

As outras drogas podem se relacionar com os medicamentos da Pfizer ou com o amor envolvido com sentimentos. Um filme maduro, que retrata a solidão do ser humano e sua necessidade de se relacionar para ser mais completo e feliz.

Cotação: * * * * *

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