15 de outubro de 2008

La Primavera



Por Felipe Moreira

É engraçado e clichê como a cidade e nossos sentimentos são como rodas-gigantes. Em fração de minutos se está no auge, no pico, praticamente no céu. Segundos depois...ladeira abaixo! Se está no chão, duro, de cimento. E essa é a sensação mais triste. Ter os pés no chão. Quando os pés estão presos à realidade e longe de qualquer otimismo ou platonismo, fica impossível correr, flutuar, voar, e o pior – imaginar.

Procurando no meio das 928 páginas do “Grande Dicionário Larousse Cultural” achei o significado de imaginar – conceber alguma coisa através da imaginação; criá-la; inventar; idear; projetar; traçar; crer; e FANTASIAR. Talvez a cidade cinzenta, apesar da primavera azulada, bloqueie as fantasias. Não estou pedindo tranqüilidade. Sou cinza como meu habitat, mas minha imaginação é verde como o campo. Estou pedindo calma. Calma. Calma. Preciso de calma para que minha fantasia não escureça como eu.

Se for impossível estar sempre no topo, pelo menos tentemos ficar perto dele. Me sinto parecido com São Paulo, cheio de realismo e esquecendo aos poucos do lúdico. Prefiro o lúdico. Que horas são, meu coração? Que horas são, meu coração?...

Um comentário:

Thiago Azanha disse...

As fantasias devem estar sempre presentes em nossas vidas. Nem que seja para viver na ilusão feliz.