15 de outubro de 2008

Comércio Informal

Por Felipe Moreira

Enquanto a maioria da cidade ainda dorme, eles já estão de pé. Enquanto alguns vão trabalhar nas mais diversas empresas, eles são a própria empresa.
Sempre com um sorriso no rosto, que esconde às vezes a dura vida do comerciante informal ou simplesmente camelo, que segundo a definição fria do dicionário significa vendedor que expõe e vende na rua.
De pilhas a meias, de livros a frutas, de penduricalhos a badulaques. No centro de uma Torre de Babel chamada São Paulo, os mais variados produtos sustentam uma parte do povo que não existe nos registros oficiais, mas que fazem parte da vida de muitos consumidores. É o povo comprando do povo. Gente comprando de gente. Gente essa que teve que se acostumar a correr do tão temido Rapa, que como verdadeiros soldados batem em seus peitos provocando o medo, que logo é superado pela esperança de um dia melhor.
Apesar de todas as dificuldades, a recompensa vem nas manhãs de sábado, seja no viaduto Santa Efigênia, na rua direita ou na famosa rua 25 de março, onde verdadeiros formigueiros humanos são formados atrás de preços justos e da criatividade que somente os brasileiros possuem.
E em um país que não oferece condições de trabalho para todos, realmente é preciso arrumar criatividade para sobreviver. E é exatamente isso que os camelos fazem: sobrevivem de baixo de chuva, sol ou da garoa paulistana.

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