15 de maio de 2011

Crítica: Todo mundo tem problemas sexuais

O diretor e dramaturgo Domingos de Oliveira transporta de forma infeliz uma peça para o teatro, agradando aos velhos críticos e decepcionando os amantes do bom cinema.



A peça, digo, o filme, têm a "inovadora" proposta de mesclar cenas do teatro com toscas filmagens cinematográficas. Ideia aceitável, se a parte feita para a telona não fosse tão amadora quando sua montagem teatral. Os atores Pedro Cardoso e Priscilla Rozembaum, que fazem parte do tablado, estão presentes na película. A divertida atuação de Pedro no teatro e no cinema, contudo, não consegue salvar esta releitura mal-acabada e inaceitável para a sétima arte. São cinco histórias que pretendem contar de forma bem-humorada os problemas que diversos casais encontram na hora do sexo. Ideia simplista que garante risadas gratuitas. Gargalhadas geradas, talvez, pela identificação do público com as personagens. A primeira esquete fala de um homem que só consegue transar com a ajuda do Viagra, colocando em xeque a veracidade de seu amor. Na segunda história, as fantasias sexuais reprimidas são colocadas em ação quando o desejo é despertado quando a mulher trai seu parceiro e descobre o prazer na cama. Na sequência, um farmacêutico tarado só pensa naquilo: transar com sua parceira de trabalho. Esta é a história mais simplista, mas que gera graça devido a repetição de Pedro Cardoso nas tentativas de conquistar a parceira antes de levá-la para a cama. A quarta história trata de um casal que se conhece às escuras, mas que perde o tesão quando a luz da geladeira entrega suas faces. A última esquete fala de um homem que transa regularmente mas descobre com outro parceiro seus verdadeiros desejos homossexuais. Tudo assim, bem delimitado e "quadradinho". O final, tratado como Epílogo, é o mais divertido do filme/peça. Pedro Cardoso encara o próprio órgão sexual masculino. E faz uma espécie de stand-up comedy com as "situações" que passa diariamente. A crítica nos grandes jornais têm sido positiva, sabe-se lá porque. Não vi nenhuma graça neste desastre!

Cotação: *

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