17 de novembro de 2012

Da universidade para a realidade


Crescer não é fácil. E não estou dizendo de crescer e perder as roupas, os sapatos e os brinquedos da infância. Mas crescer no sentido pessoal, após sair da faculdade e tentar cair de cabeça no mercado de trabalho, que não anda nada amigável com jornalistas e profissionais da comunicação. E, claro, com outras centenas de profissões.

Pensava que me formar pela USP, a maior universidade da América Latina, poderia me dar melhores garantidas profissionais. Cheguei a acreditar também que a experiência durante a faculdade como repórter da Folha de S.Paulo, o maior jornal do Brasil, me abriria dezenas de portas em outros veículos.

Tudo em vão, ou quase. Vale pela tal da experiência e um bom currículo. Mas do que adianta ter tudo isto se não há empresas e vagas para absorver a demanda? Crescer fica mais difícil a cada dia. As velhas responsabilidades aumentam e as perspectivas de vida, cheias de sonhos e planejamentos simétricos, parecem não fazer sentido.

Com o final da faculdade, haja paciência para me colocar, de fato, no mercado. Ter uma boa carreira, estável e com benefícios, com trabalho de segunda a sexta e folga aos finais de semana. Carteira de trabalho assinada, salário garantido no final do mês e concretizar todos os planos que dependem de uma carreira estável.

Ops. Pura ilusão. As Redações mais demitem do que contratam. Querem braços com energia, e não cabeças com ideias. Os funcionários são tratados como números. Exigem produtividade, seu sangue e suor. E quem sabe, um texto razoável. Os outros veículos de comunicação, como assessorias de imprensa ou TV, parecem estar com os quadros de funcionários totalmente full. Não tem espaço para ninguém - nem para os bons, nem para os ruins.

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