9 de novembro de 2011

A democracia dos verdadeiros ditadores


Manifestantes agridem profissionais da imprensa e a LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Ontem foi uma manhã anti-democrática. Por volta das 7h, estava tomando café da manhã com meus amigos na faculdade de Letras na USP, assistindo pela TV o desfecho nada favorável aos pseudo-revolucionários que ocupavam o prédio da Reitoria. Quando um indivíduo que nunca vi nesse ambiente de estudo apareceu aos berros dizendo que "decidiram que não haveria aula". Um amigo anti-revolução levantou-se e indagou aquele homem barbudinho com forte odor de maconha e transpirando anarquia. "Mas quem decidiu?", perguntou. "Sessenta alunos votaram e decidiram que ninguém vai entrar no prédio para ter aula", respondeu. Número que representa pouco mais de 1% do total de alunos da faculdade de Letras.

Nos corredores da faculdade, cerca de trinta "estudantes" vorazes arrancaram as cadeiras e lousas das salas de aula e montaram mais de uma dezena de barricadas no lado de dentro do prédio. Estava instalado o caos!

Do lado de fora, centenas de verdadeiros estudantes e professores, interessados em começar as aulas, uma vez que não tinham nada a ver com a revolução sem causa dos baderneiros da Reitoria, tentavam entrar no prédio, pedindo uma votação para decidir quem era a favor ou contra aquele movimento nada democrático. O que foi rejeitado prontamente pelos revolucionários, uma vez que perceberam que a derrota democrática seria massacrante.

Nas duas entradas da faculdade, os barbudinhos colocaram bancos de pedra e lousas das salas de aula para impedir a entrada de quem queria assistir as aulas. O que causou revolta de quem frequenta aquele ambiente com o intuito de retribuir à sociedade através do conhecimento o que a população investe no ensino público.

Um palco foi montado às pressas na frente da faculdade para que os líderes do movimento pudessem despejar as baboseiras contra a presença da PM no campus. E não deram espaço para as vozes contrárias. Longos monólogos vorazes foram declamados por verdadeiros ditadores.

Quem tentou entrar no prédio, amigos meus, acabaram sumariamente agredidos fisicamente, com socos e pontapés por supostos alunos da mesma faculdade, mas com visões diferentes do que é democracia. Os agredidos só estavam lutando por um direito de assistir aula! Um direito que foi retirado por quem mais luta por democracia.

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